Vento Norte Braga decide
Segundo dados da Comissão Nacional de Eleições coligidos pelo Instituto Mais Liberdade, o distrito de Braga foi sempre um excelente barómetro do resultado das eleições legislativas a nível nacional, sendo mesmo o único círculo eleitoral em que tal se verificou em todas as ocasiões. Considerando a percentagem de voto obtida por cada partido ou coligação pré-eleitoral, o vencedor do distrito foi sempre o vencedor das eleições nacionais, com a particularidade de que, com exceção dos anos de 1976 e 1995, a percentagem obtida pelo partido vencedor no distrito foi sempre maior do que a que obteve no conjunto do País.
Se atentarmos à oscilação das preferências dos eleitores de Braga entre o PS e o PSD/AD, verificamos que essa opção é relativamente imune às lideranças autárquicas de cada momento, sendo que se considerarmos o dinamismo demográfico, económico e social deste distrito também poderemos afirmar com alguma certeza que não se trata de um voto de acomodação ou ressentimento. No plano dos protagonistas, o distrito viu serem elaboradas listas dos diferentes partidos que foram imunes ao carreirismo político despudorado a que hoje vamos assistindo (com a venda da alma do Diabo em troca de lugares elegíveis), sem representantes do êxodo autárquico precoce de quem se encontra em fim de mandato, mas com a inclusão de potenciais candidatos às próximas eleições. Nestas duas últimas perspetivas, ambas perfeitamente legítimas, ressalta a certeza de que os mesmos assegurarão sempre uma forte ligação às comunidades que procuram representar, seja pela experiência acumulada no trabalho antes realizado, seja pela necessidade de angariar protagonismo para a empreitada subsequente. Salvo raras exceções, não houve também os sempre indesejados “paraquedistas” nas indicações nacionais, com o “portuense” José Luís Carneiro a constituir a situação mais notável, mas também a mais “desculpável” porquanto sendo uma repetição das eleições anteriores
O distrito foi sempre um excelente barómetro do resultado das eleições legislativas a nível nacional
se trata de alguém que já conhece as dinâmicas do distrito. Aliás, quer PSD, quer PS, mobilizaram para o distrito de Braga dois dos seus quadros mais capazes, nas pessoas do Secretário-Geral do PSD e do candidato derrotado à liderança do PS. No plano político, o distrito também evidencia muito bem as falhas acumuladas nos últimos oito anos de governação, em todas as áreas da gestão pública.
Razão pela qual não tenho dúvidas que Braga vai voltar a decidir. E bem.