Correio da Manha - Boa Onda

SB em Stock: Todos à Avenida

DOIS DIAS, HOJE E AMANHÃ, 55 PROJETOS, MAIS DE DEZ PALCOS. ASSIM SE FAZ MAIS UMA EDIÇÃO DAQUELE QUE É UM DOS FESTIVAIS MAIS ITINERANTE­S DO ANO

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Os Expensive Soul estão a assinalar vinte anos de carreira e sobem amanhã, pela primeira vez, ao palco da Altice Arena, em Lisboa, para comemorar a data. Para ver e ouvir está um espetáculo pensado ao pormenor que irá desenrolar-se em três atos. “Tudo começa com os 13 elementos dos Expensive Soul em palco com mais cinco sopros. No segundo ato junta-se a nós um coro gospel, com mais 30 cantores e, no último ato, o espetáculo terá a presença do Momentum Crew, num momento mais virado para a dança. Queríamos fazer uma coisa em grande, porque a ocasião é muito especial para nós”, começa por revelar New Max.

Para ouvir está um total de 28 temas que passam em revista os cinco álbuns do grupo lançados até ao momento, com especial incidência no último, ‘A Arte das Musas’. “Não foi nada fácil montar este alinhament­o porque, pelos pedidos dos nossos fãs, tínhamos de ter um espetáculo para aí com sessenta músicas. E isso é impossível.” Ainda assim, a garantia fica dada: “Vai ser uma viagem e um concerto completame­nte diferente do que já se viu dos Expensive Soul, até pelo encadeamen­to das músicas. É um concerto que não pára.” O espetáculo, que terá uma forte componente de vídeo, terá também acompanham­ento permanente de linguagem gestual.

Formados em 1999, quando New Max e Demo andavam na mesma turma, na Escola Secundária da Boa Nova, em Leça da Palmeira, os Expensive Soul são um dos mais originais e peculiares projetos da música portuguesa, numa mistura de hip hop, soul, funk e r&b. Ainda assim, o reconhecim­ento está muito aquém daquilo que os dois elementos fundadores gostariam. “Ao final deste tempo ainda sentimos alguma barreiras. Sempre que sai um disco novo, há sempre alguma dificuldad­e em passar a nossa música”, explica New Max. “Eu acho que não estamos onde merecíamos estar. Às vezes as pessoas acham que vendemos muitos discos, mas a verdade é que nunca chegámos a um disco de ouro, por exemplo.” Contudo, graças a temas como ‘O Amor é Mágico’, ‘Que Saudade’, ‘Dou-te Nada’ ou ‘Cúpido’, o grupo conquistou um espaço muito próprio. “Gostávamos sim de ter mais reconhecim­ento, não por nós, mas por aquilo que a nossa música representa para muita gente, mas ninguém nos tira o nosso lugar. Há muitos casais que se conheceram e casaram com ‘O Amor é Mágico’. Mas se calhar temos de esperar mais vinte anos.”

Aavenida da Liberdade, em Lisboa, volta a encher-se de música, hoje e amanhã em mais uma edição do Super Bock em Stock. São 55 projetos distribuíd­os por mais de dez espaços ao longo de mais de um quilómetro da avenida. Aqui os espetáculo­s acontecem em salas como Cinema S. Jorge, Coliseu dos Recreios, Palácio da Independên­cia, Capitólio ou Teatro Tivoli.

Neste festival até a Estação Ferroviári­a da Rossio e a Garagem da EPAL são bons espaços para ouvir música. À cabeça está Michael Kiwanuka, o cantor inglês que diz que está a viver um sonho e que desde 2012 tem estado no centro das atenções (hoje no Coliseu, às 22h00). Destaque merecem também o norte-americano Josh Rouse, ele que 20 anos depois de se ter iniciado na música decidiu dar uma guinada na carreira, largar a guitarra e agarrar-se aos sintetizad­ores (dia 23, no teatro Tivoli, às 22h40); os ingleses Friendly Fire, que vêm apresentar o novo ‘Inflouresc­ent’ (hoje no Coliseu, às 00h30); e os belgas Bathazar (dia 23 no Cinema S. Jorge, às 23h45). No que toca aos portuguese­s, especial atenção para Slow J (dia 23, no Coliseu, às 22h30); Ganso (hoje, na Estação Ferroviári­a do Rossio às 23h45); Luís Severo e convidados (hoje, teatro Tivoli, às 20h00).

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