MOVING OUT
Multiplayer de carreto para acabar com as amizades da vizinhança
Gente, vamos só... jogar o jogo, por favor?". Essa foi uma reclamação constante por aqui. Estamos tentando desesperadamente devolver um móvel que tiramos sem querer do galpão do nosso chefe, em um laboratório subterrâneo inundado. As coisas não estão indo muito bem, já que tentar coordenar o trabalho de carregar móveis em ambientes cheios de obstáculos não é nada fácil. Mesmo assim, eu fico rolando de rir no sofá ao ver quantas vezes já deixei um colega cair no rio de suco de goiaba.
É possível jogar Moving Out sozinho ou com até três outros técnicos de mudança em multiplayer apenas local. Você viaja pela cidade de Packmore e navega por escolhas duvidosas de arquitetura dos moradores e seus imóveis bizarros.
Após um bem-vindo tutorial que vai direto ao ponto, somos mandados para um simples duplex. Depois, passamos por um bangalô com o desafio extra de lidar com uma tartaruga obcecada por pizza. As fases são muito variadas enquanto ensinam aos poucos como se comunicar e resolver problemas junto com seus amigos. Cada fase parece única e dá vontade de jogar novamente depois, não apenas pelos desafios extras que são destravados ou para melhorar seu tempo, mas também só para ver um lugar diferente para morar nesses tempos de não sair de casa.
Brincadeiras à parte, gostamos bastante da evolução constante de tudo que o game joga em nossa direção. Por exemplo, você vai de desviar de uma galinha em uma fase para ter que guiar uma fazenda inteira para a traseira de um caminhão. É muito divertido descobrir todas as variações possíveis de "coloque esse negócio atrás daquele caminhão".
UMA AJUDINHA
Vamos combinar que essa época acabou se tornando uma das piores para lançar um jogo focado em multiplayer local, sem online. Se você for como a gente aqui (e esperamos que seja!), deve estar separado de seus amigos e de gente que visite sua casa regularmente. Jogar sozinho é bem mais demorado do que fazer os carretos com amigos (como na vida), mas ainda dá para se divertir bastante caso não tenha ninguém para dividir os controles. É quase uma experiência zen de criar ordem no meio do caos.
O modo com assistências dá várias opções para tornar as fases um pouco mais acessíveis dependendo do seu problema, desde tornar alguns itens mais fáceis de serem carregados até estender o limite de tempo. Seja jogando sozinho ou com mais gente, ou com alguém que precise de uma ajuda extra por algum motivo, esse é um tipo design acessível que gostaríamos de ver em outros jogos desse estilo.
Dá para se divertir bastante com amigos, mas a diferença entre jogar junto ou solo é bem pequena em comparação a outros jogos do gênero. Por exemplo, o Totally Reliable Delivery Service tem um mundo aberto com física bizarra que resulta em uma hora de pura diversão com os parças, mas é tão imprevisível que fica frustrante de jogar sozinho. Já Moving Out não deixa o jogador sozinho de lado.
Além da boa apresentação e de piadas que não forçam demais, os bons controles e as fases com objetivos claros tornam a experiência cativante com ou sem outras pessoas. Sua estrutura tem foco e o torna um ótimo jogo para os finais de semana de isolamento social ou uma jogadinha rápida antes de sair com os amigos. Um dia...
Moving Out não chega ao mesmo patamar frenético de Overcooked, mas ainda é divertido sair jogando coisas no fundo de um caminhão. Dá para bater em inimigos apenas apertando porém é imperdoável não deixarem que você jogue seus amigos no caminhão também. De qualquer jeito, ainda há muitas formas de deixar o caos reinar
– é só perguntar para a galera aqui, ainda encharcada de suco de goiaba.
Um jogo perfeito para curtir sozinho ou com aqueles que voltarão a frequentar sua casa (ou aqueles que nunca saíram). Não é tão maluco quanto Overcooked, mas ainda é um caminhão de diversão.