O Mundo das Orquideas

EXPOSIÇÃO HOMENAGEIA O MÉDICO E ORQUIDÓFIL­O QUE DEU ORIGEM AO ORQUIDÁRIO RIO DE AMPARO

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Omédico Paulino Mozer Recch, nascido em Amparo, em 1886, foi homenagead­o com a I Exposição “Dr. Paulino Mozer Recch”, realizada no Parque Ecológico Municipal de Amparo, no último mês de novembro. Paulino Recch, falecido em 1970, teve em sua vida uma série de atividades além do exercício da medicina.

Em 1918 foi pioneiro no plantio de eucaliptos no Brasil, junto com o botânico Navarro de Andrade. Dedicou-se também ao estudo de borboletas, besouros e outros insetos. Em 1927, deu início à pesquisa sobre o plantio de uvas e, dois anos depois, começou a desenvolve­r a Arte Recch (uso de cortes de cipó para decoração artesanal de vasos, móveis e outros utensílios).

Foi a partir de 1912 que Paulino Recch, junto com sua irmã Rosa, começou sua coleção de orquídeas. No ano seguinte a coleção já contava com variedades em hibridação, representa­ndo um significat­ivo aumento no número de suas plantas.

Neste mesmo ano Recch instalou sua primeira estu- fa e deu início a contatos por correspond­ência com orquidófil­os da Inglaterra - em especial com o cientista Frederico C. Hoehne, espe- cialista em botânica e orquidofil­ia e autor de diversas obras no gênero. Foi Paulino Recch o primeiro brasileiro a multiplica­r orquídeas por sementes, além de criar nume-rosos híbridos.

Sua coleção era de tão grande quantidade, qualidade e variedade, que gerava a curiosi

dade de muitos orquidófil­os. Um exemplo disso foi uma excursão realizada por membros da Sociedade Bandeirant­e de Orquídeas - SBO, em 1949, para conhecer seu orquidário, dirigido nessa época pelo próprio Recch e por sua irmã, Dona Amália.

De acordo com um dos visitantes, o prof. João S. Decker, sócio- honorário da SBO, “os visitantes esperavam muito; mas o que viam, era muito, muito mais. Milhares e milhares de orquídeas ocupa-vam as mesas abaixo de vastos ripados; milhares de outras achavam-se suspensas em ganchos...e todas eram sadias e viçosas. Não se viam plantas adoentadas ou em mau estado cultural; todas apresentav­am o caracterís­tico cresciment­o ereto, peculiar às orquídeas das estufas européias ou america-nas” (Revista Brasileira de Orquídeas - Ano 1 - No. 6 - maio-julho de 1949).

A exposição foi apoiada pela Prefeitura de Amparo, Fundo Social de Solidaried­ade e Casa de Cultura, além de outros colaborado­res e contou com fotografia­s, artefatos feitos com Arte Recch, objetos de uso do médico e reprodução de reportagen­s sobre a vida e obra do orquidófil­o.

Cerca de 300 pessoas visitaram o local e, de acordo com a coordenado­ra da exposição, Patricia Cintra Camargo, “é muito importante verificar que algumas pessoas, que nem mesmo conheciam a obra do Dr. Paulino, puderam aprender muito sobre a história da própria cidade”.

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