O Estado de S. Paulo

Fiesp: disputa por presidênci­a tem primeiro candidato e expõe insatisfaç­ão com Josué

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Acorrida para substituir o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, expõe mais um capítulo da insatisfaç­ão de parte do setor industrial com a gestão do empresário. Embora o mandato de Josué só termine em dezembro de 2025, um dos vice-presidente­s da Fiesp se apresentou para a disputa antecipada numa reunião da diretoria, em 22 de abril, e já começou a campanha, em tom crítico. Trata-se de José Carlos de Oliveira Lima, que comanda o Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento. A proximidad­e do presidente da Fiesp com o governo Lula incomoda há tempos dirigentes de entidades patronais, que no início do ano passado tentaram destituílo do cargo. Ao se lançar agora para a vaga ainda ocupada, José Carlos fez questão de destacar que sete sindicatos da construção sugeriram sua candidatur­a. Afirmou, ainda, que o desafio já lhe fazia “cócegas”. Procurado, Josué não se manifestou.

PRECISA MAIS. À Coluna, que teve • acesso à ata da reunião de 22 de abril, José Carlos disse admirar Josué, filho do vice-presidente da República José Alencar, morto em 2011. “Mas não basta ser um grande empresário. Tem de conhecer e fortalecer os sindicatos para fortalecer a indústria”, avaliou ele.

BASTIDOR. Desde a campanha • de 2022, a Fiesp tem sido palco de um embate político entre empresário­s ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e os que são mais próximos do presidente Lula. A briga foi escancarad­a após a divulgação do manifesto em defesa da democracia, em agosto de 2022, com o apoio de Josué. O episódio marcou o rompimento entre ele e Paulo Skaf, que ficou 18 anos à frente da Fiesp.

NÃO DÁ. Lula recebeu Josué no • último dia 24. Recentemen­te, o presidente da Fiesp disse que as críticas à política industrial do governo eram “injustas”.

• SINAIS. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu à bancada evangélica que consultará o colégio de líderes sobre a votação do pedido de urgência do projeto que estabelece o Estatuto do Nascituro. O texto proíbe o aborto até mesmo nos casos hoje legalizado­s.

LEMBRETE. Com 207 deputados, • a Frente Parlamenta­r Evangélica é poderosa na Câmara e apoiou Lira nas duas vezes em que ele disputou a presidênci­a da Casa. Até agora, porém, não anunciou seu candidato à sucessão do alagoano, em 2025.

ENCONTRO. Lira recebeu a bancada • evangélica na semana passada e também se compromete­u a instaurar comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituiç­ão que criminaliz­a o porte e a posse de drogas. A PEC foi aprovada no Senado e agora tem Ricardo Salles (PL-SP) como relator na Comissão de Constituiç­ão e Justiça da Câmara.

DE NOVO. O Supremo Tribunal • Federal (STF) vai insistir na criação de 160 funções comissiona­das na Corte, embora o governo não tenha obtido sucesso no Congresso ao tentar aprová-la, na esteira da votação de projetos de socorro ao Rio Grande do Sul.

EU BANCO. À Coluna, o STF informou • que bancará a criação desses postos com o próprio orçamento e garantiu não haver “nenhum custo adicional à União”. O projeto de lei prevê um acréscimo de R$ 3 mil por mês nos salários dos servidores e está hoje nas mãos de Lira, que ainda não o despachou.

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