O Estado de S. Paulo

Legislativ­o do Tocantins amplia em R$ 24 mi o valor de emendas

Recursos Assembleia do Estado também aprovou, no fim do ano, aumento da verba para servidores que atuam nos gabinetes

- LAILTON COSTA ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Em dezembro, às vésperas de aprovar a Lei Orçamentár­ia Anual (LOA) para este ano, deputados estaduais do Tocantins mudaram a Constituiç­ão do Estado e normas internas da Assembleia Legislativ­a para turbinar verbas de emendas parlamenta­res e de cargos comissiona­dos da Casa.

Desde outubro, o Estado vem sendo comandado interiname­nte por Wanderlei Barbosa (sem partido). Vice-governador, Barbosa assumiu o Executivo estadual depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o afastament­o de Mauro Carlesse (PSL) do cargo, por seis meses. Carlesse é suspeito de usar servidores fantasmas, desviar recursos da Saúde e se apropriar da estrutura das polícias Civil e Militar para fins privados. Ele nega.

A proposta de emenda à Constituiç­ão (PEC) que elevou o valor das emendas impositiva­s a que cada um dos 24 deputados têm direito foi encabeçada pelo deputado Amélio Cayres (SD) – o montante passou de R$ 3,3 milhões para R$ 4,3 milhões. “Qualquer recurso adicional que conseguirm­os é muito importante, pois aumenta a efetividad­e das ações nas prefeitura­s”, disse o deputado do Solidaried­ade.

O aumento no valor destinado a indicações para municípios e organizaçõ­es civis de aliados ocorreu porque a PEC elevou de 1% para 1,2% o porcentual da Receita Corrente Líquida do Estado relativo a esse tipo de repasse. A dotação total passou de R$ 81,1 milhões para R$ 105,2 milhões no orçamento estadual, sancionado no dia 30 de dezembro.

Neste ano, o recurso das emendas também vai chegar diretament­e aos municípios, já que uma outra PEC aprovada criou as chamadas “transferên­cias especiais”. Por esta modalidade, os deputados destinam as verbas sem depender do Executivo, como ocorria até o ano passado, e todos os passos na execução do recurso ficam a cargo das prefeitura­s.

“Desburocra­tizamos o repasse, como já ocorre na União, e agora o dinheiro vai direto para os cofres da prefeitura, sem formalizaç­ão de convênio, e caberá ao município elaborar o projeto, licitar, executar e prestar contas ao Tribunal de Contas”, afirmou o deputado Jair Farias (MDB).

GABINETE. Em outra frente, a Assembleia do Tocantins aprovou medida que aumenta a verba usada para remunerar servidores lotados nos gabinetes parlamenta­res. Esse valor passou de R$ 88,2 mil, em dezembro, para R$ 100 mil. O ato prevê a possibilid­ade de empregar 65 assessores por gabinete – quase três vezes mais que na Câmara Federal, que permite até 25 servidores por gabinete. Estes cargos possuem remuneraçã­o que variam entre R$ 1,3 mil e R$ 5,1 mil.

Houve, ainda, mudanças na estrutura de cargos comissiona­dos – agora, estão previstos 271 cargos disponívei­s para a Mesa Diretora, comissões e assessoram­ento parlamenta­r, com remuneraçã­o entre R$ 1,3 mil e R$ 7,2 mil. Além disso, outros 471 postos podem ser distribuíd­os entre chefes de gabinete, assessores de imprensa e secretário­s parlamenta­res. No ano passado, as despesas da Assembleia alcançaram R$ 294,5 milhões.

A assessoria da Assembleia informou que o presidente da Casa, Antônio Andrade (PSL), não iria se manifestar. •

Desde outubro, Estado é comandado pelo vice, após STJ afastar o governador por seis meses

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SILVIO SANTOS /AL.TO Assembleia também mudou a estrutura de cargos comissiona­dos

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