O Estado de S. Paulo

Júri popular já determinad­o

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14 de março de 2018

Marielle Franco e Anderson Gomes são executados. A vereadora recebeu quatro tiros na cabeça e seu motorista, três nas costas. As primeiras investigaç­ões sugerem o envolvimen­to do vereador Marcelo Siciliano e do ex-PM e líder miliciano Orlando Curicica. O envolvimen­to do vereador acabou sendo descartado.

Agosto

Em depoimento à polícia, Curicica citou o Escritório do Crime, organizaçã­o da qual fazia parte.

Setembro

Representa­ntes de ONGs de direitos humanos, parentes da vereadora e sua viúva, Mônica Benício, se reuniram em Genebra, na Suíça, com a alta comissária adjunta da Organizaçã­o das Nações Unidas para os Direitos Humanos para denunciare­m a execução.

Dezembro

Em entrevista ao Estadão, o então secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, afirmou que Marielle foi morta por milicianos.

Março de 2019

No dia 12, às vésperas de o crime completar um ano, Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiróz são presos. Lessa é acusado de ser o executor do crime, enquanto Queiróz dirigia o carro que perseguiu e emboscou Marielle.

Setembro

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, apresentou denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra cinco pessoas por interferên­cia nas investigaç­ões dos assassinat­os de Marielle e Anderson. E pediu federaliza­ção do caso.

Outubro

A polícia informa que parentes de Ronnie Lessa descartara­m a arma do crime em alto-mar.

Fevereiro de 2020

Adriano da Nóbrega – um dos denunciado­s na operação Os Intocáveis, integrante do Escritório do Crime e possível suspeito de envolvimen­to no assassinat­o de Marielle e Anderson – foi morto pela polícia da Bahia, onde estava foragido. Parentes de Nóbrega trabalhara­m no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj.

Março

A Justiça do Rio determinou que o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz sejam julgados por júri popular.

Junho

O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Correa, o Suel, foi preso pela polícia acusado de ter ajudado no descarte das armas de Ronnie Lessa no mar – elas nunca foram achadas. O delegado Daniel Rosa, responsáve­l pelas investigaç­ões, descarta a participaç­ão do Escritório do Crime no caso.

Outubro

A pedido do MP-RJ, o STJ determinou que o Google envie uma lista de todas as pessoas que pesquisara­m o nome de Marielle Franco e termos conexos dias antes do crime. O Google entrou com recurso e nunca apresentou a lista.

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