O Estado de S. Paulo

Dólar cai 2,6% e fecha a R$ 5,03; Bolsa sobe 1,88%

Sinalizaçã­o do BC de que o ciclo de baixa dos juros está acabando e noticiário positivo sobre a vacina impulsiona­ram o mercado ontem

- Altamiro Silva Junior Simone Cavalcanti

A mudança na comunicaçã­o do Banco Central, sinalizand­o um ciclo de atados juros já no começo de 2021,e direcionou o apetite por risco no Brasil, com dólar em queda e Bolsa em alta.

Mas os movimentos ganharam ainda mais tração na segunda metade do dia, com um combo de notícias que fez câmbio e Bolsa alcançarem patamares que não eram vistos há meses por aqui. A informação de que o Butantan poderá produzir até 1 milhão de doses por dia de vacina contra a covid animou os agentes, que decidiram tomar ainda mais risco quando foi confirmada a data da votação da LDO.

O dólar fechou a quinta-feira em R$ 5,03, na menor cotação desde o dia 12 de junho, quando foi a R$ 5,00 após uma breve temporada abaixo deste patamar. Fatores técnicos, incluindo um leilão extra de swap cambial do Banco Central, além do noticiário positivo doméstico sobre vacinas contra o coronavíru­s e a perspectiv­a de que os juros podem voltar a subir mais cedo em 2021, o que em tese é positivo para atrair dólares ao Brasil, fez o real ganhar força em todo o pregão de ontem. O reaL terminou o dia com o melhor desempenho em uma cesta de 34 moedas mais líquidas, em meio a relatos de reforços nos fluxos externos ao Brasil.

No fechamento, o dólar à vista encerrou em baixa de 2,60%, cotado em R$ 5,0379. Em dezembro, o dólar já caiu 5,77%, o que reduziu a alta no ano para 25,58%.

Bolsa. O Ibovespa deu uma arrancada na sessão de negócios de ontem e testou, por vários momentos, para conseguir fechar na marca dos 115 mil pontos, nível que frequentou pela última vez em 17 de fevereiro passado (115.309,08). Assim, o índice Bovespa terminou com ganhos de 1,88%, aos 115.128,63 pontos.

Ao contrário do início da semana, quando as preocupaçõ­es com a questão fiscal foram prepondera­ntes para a pisada no freio dos investidor­es, ontem, com a definição mais clara sobre a votação da Lei de Diretrizes Orçamentár­ias (LDO), na semana que vem, e notícias sobre o andamento do processo de imunização no país, as ordens de compra foram disparadas.

“Há, evidenteme­nte, um fluxo de recursos estrangeir­os que estava represando esta semana à espera de algumas definições”, disse um operador, ressaltand­o que as ações de primeira linha do setor financeiro, preferidas por este público, mas também ainda bastante descontada­s, seguiram com altas fortes. Itaú Unibanco PN avançou 3,31% enquanto Bradesco PN, 4,12%, Banco do Brasil ON, 5,20% e as units do Santander, 2,33%.

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