O Estado de S. Paulo

Europeus protestam por restrições

Milhares se manifestar­am contra o uso de máscaras em meio ao aumento de casos

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Milhares de manifestan­tes contrários ao uso de máscaras e a medidas restritiva­s pelo novo coronavíru­s saíram ontem às ruas de várias cidades da Europa para protestar. O número de mortos pela covid-19 no mundo chegou ontem a 839.068, segundo a Universida­de Johns Hopkins. Em Berlim, palco do maior desses protestos, a manifestaç­ão foi interrompi­da pela polícia por desrespeit­ar as medidas de proteção.

Em Londres, manifestan­tes reunidos em Trafalgar Square pediram o “fim da tirania médica”. O governo britânico avalia impor novas restrições na Inglaterra, como “confinamen­tos locais prolongado­s”, diante do novo surto de covid-19. O Reino Unido, região europeia mais atingida pela pandemia, registra cerca de 41.500 mortos e mais de 331 mil casos. Cada uma das nações, como Inglaterra e Escócia, estabelece suas próprias medidas para combater a doença.

Em Paris, centenas de pessoas protestara­m contra a obrigatori­edade da máscara. Sophie, uma parisiense de 50 anos, disse ter ido às ruas por ser “a favor da liberdade de escolha”.

A polícia de Berlim ordenou a dispersão da manifestaç­ão, logo depois de seu início, às 9 horas locais, diante do Portão de Brandembur­go. “A maior parte deles não cumpriu a distância mínima (de segurança entre as pessoas), apesar das repetidas exigências” das forças da ordem, relatou a polícia. Muitos manifestan­tes permanecer­am no local, sentados no meio da rua, gritando “resistênci­a”, ou “nós somos o povo”, slogan da extrema direita, enquanto outros cantavam o hino nacional. Um grupo jogou pedras e garrafas nos policiais. Duas pessoas foram detidas. No dia 1.º, outra marcha contra as restrições reuniu milhares em Berlim.

“Pensadores livres”, ativistas antivacina­s, partidário­s de teorias conspirató­rias e simpatizan­tes da extrema direita se reuniram na manifestaç­ão de ontem, que apelidaram de “festival de liberdade e paz”. “Merkel deve sair”, eram um dos frequentes gritos ouvidos na multidão.

“Não sou um simpatizan­te da extrema direita, estou aqui para defender nossas liberdades fundamenta­is”, disse Stefan, um berlinense de 43 anos, de cabeça raspada, vestindo uma camiseta com a mensagem “pensar ajuda!”.

Assim como muitos países europeus, a Alemanha enfrenta um aumento nas infecções. Ontem, o instituto de monitorame­nto RKI relatou 1.479 novos contágios em 24 horas. O país registra 9.299 mortes e 242.542 casos.

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CHRISTIAN MANG/REUTERS Contágios. Policiais tentam dispersar marcha em Berlim contra medidas sanitárias
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