Descoberta a cura?
Calma, ainda não. A tradicional Universidade de Oxford da Inglaterra veio a público ontem anunciar as descobertas realizadas por seus pesquisadores em um importante estudo randomizado, duplo-cego. Este tipo de estudo é o padrão ouro para construir uma evidência científica. Além disso utilizou uma amostra – número de casos – bem grande.
Estudos randomizados são caracterizados por um grupo que recebe o medicamento que se quer testar e um grupo que recebe o placebo. A decisão de quem recebe o quê é por sorteio e o duplo-cego significa que nem profissionais que conduzem a pesquisa nem pacientes sabem quem recebe o quê. Tudo é meticulosamente planejado de tal forma a reduzir a probabilidade de desvios. Somente se sabe que existem os grupos para que, durante a pesquisa, se algum for muito beneficiado ou começar a sofrer eventos inesperados o pesquisador paralise o experimento e abra os dados de forma que todos possam ser beneficiados pelos efeitos positivos ou, ao contrário, suspender o recebimento da droga que está provocando efeitos indesejáveis.
Neste caso cerca de 11.500 pacientes participaram em 175 hospitais do Serviço Nacional de Saúde, o SUS dos ingleses. Desse total, 2.104 pacientes da covid-19 receberam dexametasona por dez dias, ante 4.321 que não receberam esse medicamento. Os demais receberam outras drogas que terão seus resultados divulgados à frente.
Os resultados comprovados por meio de provas estatísticas informam que pacientes graves reduziram a probabilidade de morrer em 35% e os menos graves, mas internados e que necessitavam de oxigenioterapia, reduziram a chance de morrer em 20%. Nos casos menos severos os resultados não foram considerados significativos.
O importante é que finalmente aparece uma droga que é um auxiliar comprovado para ajudar no controle dessa doença. A primeira. E é um remédio bastante barato e fácil de produzir.
Porém, sempre tem um porém, o que está anunciado não é cura e sim um medicamento que, junto de cuidados, auxilia o tratamento da doença. Não é uma vacina que impede de ter a doença e não é um remédio que ataca o vírus. Embora importante é muito menos que isso. É bastante conhecida pelos médicos a importância do quadro inflamatório que a doença provoca e em decorrência desse processo inflamatório as lesões pulmonares, cardíacas, renais, neurológicas. É uma doença com reflexos em todo o corpo e do qual pacientes que conseguem se salvar saem com bastante sequelas, em particular os mais graves, em que a dexametazona foi mais importante.
A supra renal é uma glândula que fica sobre o rime produz importantes hormônios quenos ajudam a regula rum conjunto importante de fenômenos biológicos–o cortisol ou hidro cor tis onaéoprincipald esses hormônios. Há 60 anos começamos a produzir cópias desse hormônio et em osàven da um conjunto de lesque são chamados de anti-inflamatórios hormonais–osg li cocortic oides. São imunossupressores e
anti-inflamatórios potentes. Mas têm de ser usados com muito cuidado e por prazo limitado. O médico deve sempre escolher o uso e efeitos colaterais possíveis de serem provocados. É um balanço entre efeitos desejáveis e indesejáveis, sempre levando em conta a vida do paciente. Quando tomados, esses produtos tendem a diminuir a produção do nosso próprio hormônio, além de induzir uma queda de nossas defesas, de nossa imunidade. Por isso o risco.
Potencialmente essas drogas são mais problemáticas do que a cloroquina, mas são muito potentes como anti-inflamatórios e já vinham sendo usadas desde o começo da pandemia. Agora veio a confirmação de seus efeitos positivos. Não corra à farmácia para comprar a sua dose – somente deve ser usada em pacientes internados e seu uso sem controle médico é muito perigoso.
Esse é um medicamento que ajuda no tratamento; não corra à farmácia