Óbitos assustam Freguesia do Ó e Brasilândia
Com população de cerca de 264 mil habitantes, o distrito de Freguesia/Brasilândia é o que mais relatou óbitos pela covid. Foram 33 no total, entre registros confirmados e em investigação. A notícia assustou os moradores, que encontram dificuldades para se proteger da doença
A dona de casa Suely Silva, de 24 anos, conta que uma vizinha teve a morte atribuída à doença. Com quatro filhos, ela decidiu redobrar os cuidados. Mas o marido, que trabalha em uma cooperativa de reciclagem, permanece trabalhando sem proteção adequada. “O lixo vai para lá, mas ele não está usando luvas nem máscara. Corre o risco de ele pegar uma sacola de lixo que a gente não sabe de onde vem e ele se contaminar”, diz Suely, ressaltando que a firma deveria ser fechada neste momento.
O alerta sobre a disseminação da doença também chegou a bairros que fazem limite com a Brasilândia. A dona de casa Erika Prado, de 32 anos, mora no Jardim Pery Alto. Ela diz que três vizinhos, dois deles idosos, morreram por causa do coronavírus e os óbitos não estão nos registros. Segundo ela, a quarentena é pouco respeitada no local. “No fim de semana, todo dia teve balada correndo solta. A polícia vem e depois que vai embora começa tudo de novo. A gente se sente abandonado.”
Em nota, a Subprefeitura Freguesia-Brasilândia disse usar carros de som com mensagens de conscientização, além de fiscalização no comércio. No fim de março, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, anunciou que o Hospital Municipal da Brasilândia deve oferecer, em 40 dias, 150 leitos de UTI e 30 de enfermaria para pacientes com a covid-19.