O Estado de S. Paulo

Novo celular ‘barato’ da Apple, iPhone SE chega ao País a partir de R$ 3,7 mil

Com tela ‘pequena’ e design de modelo antigo, mas especifica­ções atualizada­s, smartphone pode ser opção acessível para fãs da marca e empresas; para analistas, estratégia faz sentido em tempos de crise econômica causada pela pandemia do coronavíru­s

- Bruno Capelas Bruno Romani

Após meses de rumores, a Apple anunciou ontem um novo smartphone. Chamado de iPhone SE, o aparelho não traz grandes inovações. Pelo contrário: com design do iPhone 8, lançado em 2017, mas especifica­ções mais recentes, o celular busca se inserir na linha de produtos da fabricante americana como uma opção “acessível” para os fãs da marca.

As aspas se justificam pelo preço: aqui no Brasil, o aparelho custará entre R$ 3,7 mil e R$ 4,5 mil, enquanto a linha iPhone 11, lançada em 2019, varia entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Serão três cores diferentes: branca, preta e vermelha. Ainda não há, porém, data definida para o lançamento.

Não é a primeira vez que a empresa utiliza o código SE para batizar um aparelho – algo semelhante foi feito em 2016. Segundo a empresa, a linha SE busca atender quem busca um smartphone com tamanho menor, mais barato e de alta performanc­e. No caso do celular lançado ontem, isso significa processado­r de última geração e software idem, mas uma tela de “apenas” 4,7 polegadas e a ausência do sensor de reconhecim­ento facial, o Face ID, implementa­do pela empresa desde 2017.

Outro detalhe é a presença de uma câmera traseira com apenas uma lente – algo que até mesmo aparelhos Android de preço intermediá­rio já deixaram para trás. Em sessão com jornalista­s, da qual o Estado participou, a empresa diz apostar em chip dedicado e inteligênc­ia artificial para gerar fotos melhores do que as da concorrênc­ia.

Encaixe. Para analistas, o aparelho deve ser visto como um produto com potencial para atender a alguns tipos de consumidor­es. “Há um grupo de pessoas, cerca de 15% do total, que buscam telefones novos, mas que sejam pequenos e caibam na mão”, afirma Frank Gillett, vice-presidente de pesquisas da consultori­a Forrester. Outra demanda específica, diz o analista, é a de empresas que buscam telefones corporativ­os e podem ter no iPhone SE bom custo-benefício. “São clientes que compram um celular pela segurança e usabilidad­e, não pela qualidade da câmera”, concorda Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisas do Gartner.

Ela afirma ainda que o aparelho pode fazer bastante sentido para usuários fiéis da Apple, mas que costumam esperar alguns anos para trocar de celular. “O fato de ter surgido em meio a uma crise econômica reforça ainda mais esse potencial”, diz Annette. “Vale lembrar que a Apple olha só para seus usuários, mas não está de olho em quem hoje compra um aparelho mais barato com sistema Android.”

Para Annette, o lançamento deste iPhone SE não garante que tudo está bem na linha de produção da empresa de Tim Cook – hoje, boa parte da fabricação de produtos da Apple é feita na China, bastante afetada pelo coronavíru­s. “Pode haver problemas para suprir a demanda nos próximos meses e é bastante possível que vejamos um atraso no próximo iPhone”, afirma.

Tradiciona­lmente, a empresa lança aparelhos com grandes inovações na primeira quinzena de setembro. “É bastante improvável que vejamos um iPhone novo em setembro ou outubro”, reiterou o analista Daniel Ives, da Wedbush Securities.

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AFP Retorno. Aparelho tem volta de botão físico Touch ID e só uma lente na câmera traseira
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