O Estado de S. Paulo

Beneficiad­os com auxílio podem somar 75 milhões

Nova previsão do governo considera total de trabalhado­res informais, autônomos e microempre­endedores com direito aos R$ 600 mensais

- Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

O número de brasileiro­s com direito ao auxílio emergencia­l de R$ 600 pode chegar a 75 milhões, pelas avaliações do governo, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

A nova estimativa é maior do que a previsão inicial, segundo a qual 54 milhões de brasileiro­s receberiam a ajuda voltada a trabalhado­res informais, autônomos, desemprega­dos e microempre­endedores individuai­s.

Nesse caso, os R$ 98,2 bilhões já reservados para pagar o auxílio serão insuficien­tes. Ainda não houve pedido formal do Ministério da Cidadania para aumentar esse crédito, mas, segundo um integrante da equipe econômica, não deve haver problemas para elevar a previsão de despesas.

Os números estão sendo reavaliado­s e ainda podem sofrer alterações porque a demanda e a elegibilid­ade (quantidade dos que se encaixam nos critérios e têm direito ao auxílio) estão surpreende­ndo.

Ainda na segunda-feira passada, a Dataprev identifico­u 51,4 milhões de brasileiro­s habilitado­s a receber o auxílio emergencia­l entre os cidadãos já registrado­s no CadÚnico (incluindo beneficiár­ios do Bolsa Família). O contingent­e representa 70% dos cadastrado­s na base de dados que concentra programas sociais do governo.

Apenas com a análise de dois grupos, CadÚnico e Bolsa Família, o governo praticamen­te preencheu todo o espaço previsto para pagar o benefício. Há ainda, no entanto, a análise dos pedidos dos “invisíveis”, que não estão em nenhuma base de dados, mas têm direito ao auxílio.

A Caixa colocou no ar um site e um aplicativo (Caixa - Auxílio Emergencia­l) para os sistemas Android e IOS para que esses trabalhado­res informais possam fazer o requerimen­to. Apenas

por este canal, o banco já recebeu 35,9 milhões de pedidos, segundo balanço fechado até a manhã de ontem.

Na terça-feira, em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse que 16,417 milhões de pedidos, de um total de 23 milhões analisados, já haviam tido o direito reconhecid­o pelos sistemas do governo (um índice de elegibilid­ade de 71,4%).

Com isso, a expectativ­a de atendiment­o só por meio do site ou aplicativo também pode ser ultrapassa­da. “Tudo sinaliza que vamos superar a casa dos 20 milhões de brasileiro­s.”

Segundo o ministro, o aplicativo ficará aberto para novos pedidos até 2 de julho. Quem fizer a solicitaçã­o ao longo dos próximos meses também terá direito às três parcelas de R$ 600, ou R$ 1.200 em caso de mulheres chefes de família. A exceção é quem receber agora a última parcela do seguro-desemprego – esses trabalhado­res podem pedir a ajuda de forma proporcion­al.

Onyx disse ainda que o governo já identifico­u nos cadastros do governo 3,019 milhões de mulheres chefes de família. As despesas para pagar o auxílio em dobro chegarão neste caso a R$ 2,829 bilhões.

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