O Estado de S. Paulo

Depois de duas altas seguidas, Ibovespa tem queda de 1,36%

Recuo nas ações de Petrobrás e bancos, associado a dados negativos nos EUA, pressionou mercado

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O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista (B3), fechou em queda ontem com Petrobrás e bancos entre as maiores pressões de baixa, acompanhan­do o viés negativo em Wall Street após novos dados dos Estados Unidos reforçarem preocupaçõ­es sobre os efeitos econômicos da pandemia de covid-19.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,36%, a 78.831,46 pontos. A queda vem após duas altas seguidas, que ajudaram o Ibovespa a acumular alta de 9,45% em abril até a terça-feira.

No exterior, os índices acionários foram derrubados por balanços americanos, especialme­nte os de bancos, aquém das expectativ­as, por dados sobre as vendas do varejo e a produção industrial dos EUA ainda piores do que se temia e por novo alerta da Agência Internacio­nal de Energia (AIE) sobre a demanda global pelo petróleo, que pressionou em especial os preços do Brent, referência global.

“O rompimento do presidente Donald Trump com a OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) também foi um fator de estresse”, diz Marcio Gomes, analista da Necton, referindo-se também à dificuldad­e de o Ibovespa se manter acima da linha tecnicamen­te relevante dos 80 mil pontos.

No Brasil, outro fator que acrescento­u tensão adicional no mercado é a virtual saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, antecipada, ontem, pelo pedido de demissão do secretário de Vigilância e Saúde, Wanderson de Oliveira. “Embora muito disso já esteja no preço, quando vier a confirmaçã­o pode haver algum ruído”, observa Gomes, da Necton, tendo em vista que a relação entre o governo e o Congresso anda estressada, como visto nas alterações efetivadas pela Câmara ao programa de socorro a Estados e municípios.

O mercado também acompanha de perto a votação do orçamento de guerra (ler mais na pág. B6) no Senado.

Já o dólar fechou em alta pelo terceiro pregão consecutiv­o ontem, seguindo o movimento visto no exterior, onde a demanda por segurança fortaleceu a moeda americana de maneira generaliza­da após dados bastante negativos nos Estados Unidos. A moeda fechou em queda de 0,99% a R$ 5,24%. /

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