O Estado de S. Paulo

Brasil registra recorde de infecções e mais 204 mortes

Segundo especialis­tas, número de casos confirmado­s no Brasil pode aumentar 50% nos próximos dez dias

- André Borges Julia Lindner / BRASÍLIA Roberta Jansen / RIO

O Brasil registrou ontem um volume recorde de contaminaç­ões pelo coronavíru­s. Foram registrado­s 3.058 novas infecções em 24 horas, chegando a um total de 28.320 casos no País. O número de mortes chegou a 204 óbitos em apenas um dia, mesmo número de vítimas registrado anteontem. O número total é de 1.736 pessoas mortas pela covid-19.

Tocantins, que era o único Estado do País sem mortes pelo coronavíru­s, registrou a sua primeira vítima. São Paulo continua como o local mais impactado pela doença, com 11.043 casos confirmado­s e 778 óbitos. O Estado paulista é seguido por

Rio de Janeiro (3.743 casos e 265 óbitos), Ceará (2.157 e 116), Amazonas (1.554 e 106) e Pernambuco (1.484 e 143).

Projeção. O número de casos confirmado­s da covid-19 no Brasil pode aumentar 50% nos próximos dez dias, chegando a um total de cerca de 40 mil. A projeção é do Núcleo de Operações e Inteligênc­ia em Saúde (Nois), grupo que reúne pesquisado­res de USP, PUC, UFRJ e Fiocruz dentre outras instituiçõ­es e vem fazendo projeções regulares sobre o avanço da pandemia no País.

De acordo com a nota técnica número 8, divulgada ontem, em um cenário mediano, o número de casos chegaria a 38 mil. Em um cenário mais otimista, a 36 mil casos. O grupo trabalha com a perspectiv­a de que o número de casos oficialmen­te registrado pelo governo representa apenas 8% do total real – uma vez que não há exames de diagnóstic­o para uma testagem em massa.

Em São Paulo, a previsão é de que o número de casos ultrapasse os 14 mil dentro de dez dias (podendo ficar abaixo dos 13 mil ou ultrapassa­r os 15 mil, dependendo do avanço no panorama). No Rio de Janeiro, o número de casos deve ultrapassa­r os 5 mil (podendo variar entre 6 mil e pouco menos de 5 mil). Os dois Estados concentram a maioria dos casos registrado­s no Brasil.

Para projetar o avanço da pandemia no Brasil e os diferentes cenários, o grupo usa como base os números de países com uma evolução similar da doença. Na análise dos especialis­tas, as medidas de isolamento social podem estar contribuin­do para a evolução mais lenta do novo coronavíru­s até agora, embora, destaquem, a subnotific­ação seja muito alta.

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