O Estado de S. Paulo

Petrobrás vai paralisar pelo menos 45 plataforma­s no País

Juntas, elas produzem pouco mais de 10 mil barris por dia, o equivalent­e a 5% da meta de corte da estatal

- Fernanda Nunes / RIO

Pelo menos 45 plataforma­s de produção de petróleo e gás natural instaladas em Estados do Nordeste e Sudeste vão ser desligadas neste mês. Em carta a sindicatos de petroleiro­s, a Petrobrás informou a paralisaçã­o das unidades, o que vai significar demissões e remanejame­nto de pessoal.

As medidas, no entanto, contribuem pouco para a meta de corte de 200 mil barris por dia (bpd) anunciadas para enfrentar a crise. O esperado é que muitas plataforma­s ainda entrem em hibernação e que centenas de funcionári­os deixem a empresa nos próximos meses por falta de espaço para recolocaçã­o interna.

O corte de produção faz parte da série de medidas que estão sendo tomadas pela empresa para fazer frente à atual crise do petróleo, em que o barril baixou ao patamar dos US$ 20. Segundo a empresa, com essa cotação, muitos dos seus ativos passaram a ser inviáveis e, mais do que nunca, o foco da companhia passou a ser o pré-sal.

Nem mesmo a Bacia de Campos, que já respondeu por 80% do desempenho do País e onde ainda existem áreas gigantes em operação, está fora do radar de corte da diretoria da petroleira. Por enquanto, os cortes no litoral fluminense foram pequenos, mas especialis­tas e fontes internas da empresa dizem que a redução vai ser mais profunda no Rio de Janeiro, até que os 200 mil bpd sejam alcançados.

As 45 plataforma­s paralisada­s até agora, instaladas em águas rasas, somam pouco mais de 10 mil bpd de produção, o equivalent­e a 5% da meta de corte. Na Bacia de Campos, foram paralisada­s seis unidades que, juntas, somam produção de 5,4 mil barris por dia (bpd), segundo dados do boletim divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis (ANP). Na bacia do CearáPiauí,, mais nove vão ser desligadas em quatro campos, o que representa menos 2,4 mil bpd. Em número de plataforma­s, o Estado mais atingido foi o Rio Grande do Norte, com 24 unidades, que somam 2,4 mil bpd.

Os cortes nas três bacias – Campos, Ceará-Piauí e Potiguar – representa­m, portanto, 10,3 mil bpd de produção. Há ainda seis unidades de produção na Bacia de Sergipe-Alagoas, mas não há dados oficiais dos volumes produzidos por essas unidades. Ao todo, são extraídos 3,6 mil bpd na região.

Trabalhado­res relatam ainda a parada de duas plataforma­s na Bacia de Campos, a P-43 e P-48, instaladas no campo de Barracuda, que somam 43,5 mil bpd. Mas a paralisaçã­o dessas unidades ainda não foi formalizad­a.

Na carta, a empresa oferece três opções aos empregados das unidades que vão ser temporaria­mente desligadas: a realocação interna de acordo com a necessidad­e da empresa, a adesão ao plano de demissão voluntária e o desligamen­to individual­mente por acordo. O questionam­ento dos sindicatos é sobre a capacidade da empresa de reter o grande número de funcionári­os que ficaram sem atividade, um volume de pessoas que tende a crescer ainda mais.

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FABIO MOTTA /ESTADAO - 18/12/2018 Corte, Na Bacia de Santos foram paralisada­s 6 unidades

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