4 PERGUNTAS PARA ...
1. O projeto de socorro a Estados foi aprovado sem medidas de ajuste, como congelamento dos salários dos servidores. Qual o risco de a proposta ser aprovada assim no Senado?
Dinheiro não tem carimbo no orçamento público. Aprovar sem nenhuma contrapartida equivale a dar um cheque em branco. As despesas de pessoal crescem 5%, 7% ao ano, independente de qualquer coisa, promoções e correções automáticas, incorporação de gratificações, novos concursos. Claramente esses recursos vão acabar na mão das despesas de pessoal. Enquanto a população está empobrecendo e o setor privado cortando salários e demitindo. Mas uma vez vamos ver serviço público aumentando salários e as despesas de pessoal. Vamos agravar a desigualdade.
2. O que fazer?
Tinha que ter no mínimo proibido promoções e progressões automáticas e aumentos salariais. É o mínimo.
3. E a proposta de congelar salários por dois anos? Por que não foi colocada no projeto? Ninguém quer ser o “pai” da proposta?
Esse é o ponto. Para mim, é inaceitável o fato de que não se discutiu folha de pessoal e os salários dos servidores públicos, quando o setor privado está cortando os salários. Existe uma desigualdade gigantesca entre o mercado de trabalho público e da iniciativa privada. O socorro vai agravar a situação à medida que não se coloca uma salvaguarda nessa direção.
4. Por que o Congresso não faz isso e nem os governos?
A essa altura ninguém quer tomar as medidas necessárias e que são impopulares. Todo mundo fica querendo fazer a parte boa da história. Só que a parte boa, se a gente não fizer a parte necessária, vai significar que vamos sair da crise muito pior do que já entramos e entramos muito ruim. A crise não sumiu com os problemas que tínhamos antes dela. Ao contrário, com medidas desse tipo, vamos agravar a situação./