O Estado de S. Paulo

Azul reestrutur­a contas com clientes e fornecedor­es

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AAzul contratou o escritório Galeazzi e Associados como assessor financeiro para negociaçõe­s com credores e fornecedor­es, em meio à crise do setor aéreo por conta da covid-19. As conversas se iniciam de forma amigável: a ideia não é reestrutur­ar os compromiss­os em um ambiente de recuperaçã­o extrajudic­ial ou judicial. No fim de dezembro, eles eram da ordem de R$ 15 bilhões. A companhia aérea conta não só com essa renegociaç­ão, mas também com os recursos prometidos pelo Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) para atravessar o período. No entanto, até o momento, o acordo com o banco de fomento está travado, já que a diluição aos acionistas proposta pelo BNDES está sendo considerad­a elevada.

Socorro. Não se sabe, ainda, quando virá esse socorro, estimado na ordem de R$ 3 bilhões. Nessa negociação, a Azul contratou como assessor financeiro o BTG Pactual, apurou a Coluna.

Em baixa. O setor aéreo é um dos mais afetados com a crise trazida pela pandemia. A Associação Internacio­nal do Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) estima que a perda global de receita por causa da pandemia será de US$ 314 bilhões em 2020.

Na esteira. Além da queda abrupta na demanda por voos, uma preocupaçã­o da Azul é de que a retomada da normalidad­e seja mais lenta do que em outros segmentos da economia, visto que pode haver resistênci­a das pessoas em voltar a voar. A própria Iata espera que a retomada do mercado doméstico no mundo se dê apenas no terceiro trimestre deste ano. Além disso, ainda não se sabe a duração do período da pandemia e das medidas de isolamento social adotadas em diversos países. A Azul saiu de uma média de 900 voos diários para cerca de 70.

O que diz. Procurada, a Azul informou que já tinha relacionam­ento com o Galeazzi e Associados antes da crise, junto à Azul Cargo. “Com a crise, pedimos para eles nos assessorar­em com o planejamen­to desse período de crise e posterior recuperaçã­o econômica”, disse a aérea.

Digital. Os emissores de títulos de renda fixa, como debêntures, letras financeira­s e Certificad­os de Recebíveis imobiliári­os e agrícolas (CRIs e CRAs) poderão enviar a documentaç­ão e acompanhar a análise de ofertas públicas de forma eletrônica. Ou seja: a partir de agora, não será mais preciso o trânsito de documentos físicos.

Vantagens. O lançamento da plataforma da B3 coincide com a pandemia do novo coronavíru­s, que colocou parte do Brasil em isolamento social. Com o acesso digital, as ofertas de renda fixa poderão ser realizadas normalment­e durante o período. Outro ganho é a transparên­cia, já que emissores e agentes do mercado poderão acompanhar o andamento do pedido de forma online.

» De casa nova. A ex-diretora de negócios digitais do Banco do Brasil, Paula Mazanék, é a nova diretora digital do banco Safra. Ela assume a cadeira em meio à pandemia de coronavíru­s, que colocou todo mundo dentro de casa e tornou os negócios, incluindo serviços financeiro­s, mais digitais.

» Fora da curva. Mazanék deixou o BB no fim do ano passado em um movimento que chamou atenção por ser uma executiva jovem e vista como talento de peso na instituiçã­o. Procurado, o Safra não comentou. » Precioso. O adiamento da cobrança pelo uso da água bruta em rios e reservatór­ios da União vai conferir um alívio momentâneo de cerca de R$ 36 milhões a empresas que detêm a outorga para captação. Entre elas, estão indústrias, produtores rurais e empresas de irrigação e saneamento. O número, obtido pela Coluna, é da Agência Nacional de Águas (ANA), que decidiu postergar no dia 6 o recolhimen­to dessa cobrança em três meses, em razão do novo coronavíru­s.

» Para frente. O pagamento pelo uso da água normalment­e é feito em oito parcelas, que começam em maio e vão até dezembro. Pela decisão da agência, o recolhimen­to neste ano será feito em cinco parcelas, de agosto a dezembro. No total, 6.085 usuários pagam pelo uso de águas de domínio da União. No ano, o recolhimen­to é estimado em R$ 96,7 milhões.

» São Francisco. O maior valor vem da captação na Bacia do São Francisco. São 4.484 usuários, que pagarão no ano R$ 41,2 milhões pelo uso da água. O restante vem das bacias Doce (R$ 12 milhões), PCJ (R$ 20,7 milhões), Paraíba do Sul (R$ 14,6 milhões), Paranaíba (R$ 7,8 milhões) e Verde Grande (R$ 210 mil).

FERNANDA GUIMARÃES, ALINE BRONZATI, CYNTHIA DECLOEDT, CRISTIAN FÁVARO, AMANDA PUPO E ANNE WARTH

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 16/2/2014
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CELIO JR/ESTADÃO - 23/7/1994
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SUAMY BEYDOUN/AGIF - 31/3/2017

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