A NOVA STORM
Nova versão da picape Ford tem motor 3.2 turbodiesel, vários itens exclusivos e preço sugerido de R$ 150.990
Com menor preço, a picape da Ford pode ser usada para passeios ou esporte.
Responda: entre a Ranger XLS com motor 2.2 de 160 cv e tabela de R$ 160.890 e a nova versão Storm com motor 3.2 de 200 cv por R$ 150.990, com qual você ficaria? Precisa de mais ingredientes antes de tomar a decisão? As duas têm tração 4x4 e câmbio automático de seis marchas, mas só a novidade traz adereços como grade escurecida – e com a inscrição “Storm” em destaque. Há também adesivos na carroceria, rodas importadas, santantônio, etc.
Por qualquer ângulo que se analise a dupla, a escolha natural recai sobre a novidade. Ainda mais se o interessado considerar que ela custa praticamente R$ 10 mil a menos que a XLS.
A Ranger Storm (palavra inglesa que significa tempestade) foi mostrada como um conceito no Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018. A nova opção da picape feita na Argentina é destinada especialmente ao mercado brasileiro.
Segundo informações da Ford, o preço não é promocional e será mantido. Sim, perguntamos onde estava a pegadinha, mas na apresentação da nova versão os executivos da empresa juraram que é isso mesmo.
Além disso, os 60 primeiros compradores receberam um empurrão a mais para fechar negócio. Levaram, de graça, um conjunto composto por capota marítima e snorkel. O kit tem preço sugerido de R$ 5.600.
Lazer. A Ranger Storm destina-se ao público “agro em momento de lazer”, na definição do pessoal da Ford. Assim, embora tenha todos os atributos para o trabalho, foi desenvolvida para passeios e esporte.
O maior apelo não visível, mas perfeitamente audível, é o motor 3.2 turbodiesel de cinco cilindros, que até agora estava disponível nas versões mais caras da Ranger: a XLT, que custa R$ 183.790, e a Limited, com preço sugerido de R$ 199.990.
A nova configuração da picape média também recebeu itens que deixaram seu visual mais “agressivo”. Além dos adesivos nas laterais e no capô, há um santantônio tubular na caçamba – que talvez não seja tão bonito como o da Limited, mas tem função prática. De acordo com o engenheiro líder do projeto da picape, Daniel Abbondanza, a armação estrutural foi inspirada na que equipa a Ranger FX4 nos Estados Unidos.
Além de melhorar o visual, a peça serve para ajudar na amarração de carga. Outro detalhe “importado” da Ranger vendida no exterior são as lanternas traseiras escurecidas. O item é de série na Wildtrak e até então não era oferecido no Brasil.
A impressão é que os engenheiros ficaram pesquisando o que existe no exterior para tornar a Ranger Storm exclusiva e foram montando o pacote. As rodas pretas vieram da África do Sul, e o snorkel, da Tailândia.
Em vez dos cromados comuns no acabamento das versões mais caras, a Storm se destaca pela cor preta nas maçanetas das portas, molduras de vidros, capa dos retrovisores externos e até nos estribos. Além disso, os para-lamas ganharam alargadores. Trata-se de uma moldura preta que recobre uma armação metálica, de reforço.
Além da função estética, essas peças têm como finalidade desviar a água para as laterais durante o “splash” (quando a picape passa sobre uma poça
d’água, por exemplo). Parece um detalhe menor, mas o time da Ford garante que testou esse item em Camaçari (na Bahia), na Argentina, no México e até mesmo na Índia.
Ainda no que diz respeito ao tema água, a Ranger tem especificação para atravessar alagados com até 80 cm de profundidade. Os pneus Pirelli Scorpion AT Plus foram desenvolvidos exclusivamente para a Storm.
Seu desenho chama a atenção pelo alto relevo nas laterais, que garante maior resistência, além de força de tração com o carro na lama. A banda de rodagem tem sulcos profundos, com grandes blocos irregulares que melhoram o desempenho sobre piso de baixa aderência. Caso a picape rode apenas sobre asfalto, ainda assim os pneus se destacam – por causa da pintura branca nas laterais.
Na cabine a versão Storm não traz o requinte das opções mais caras. Os bancos são de tecido e têm ajustes manuais. O motor é ligado por meio de chave convencional (não há botão de partida). E não espere recursos como frenagem autônoma e sistema de permanência em faixa de rolamento, como na Limited. Mas pense que você está deixando de gastar R$ 50 mil.
Além disso, o motor 3.2 de 200 cv está lá, pronto para acelerar. Com torque de 47,9 mkgf a partir de 1.750 rpm, a Ranger Storm deslancha com facilidade e se comporta quase como um carro de passeio, a despeito de suas dimensões. A direção com assistência elétrica é leve e precisa, e o raio de giro, bom. A tampa da caçamba tem um sistema que torna muito leve a abertura e fechamento.
A central multimídia não tem navegador GPS, mas há compatibilidade com celulares (Android Auto e Apple CarPlay). A tela de 8 polegadas é sensível ao toque e tem operação intuitiva. E o quadro de instrumentos tem visores digitais (um de cada lado) configuráveis. Dá para, por exemplo, ocultar ou não o conta-giros, selecionar apenas o computador de bordo, etc.
O único senão é que quem viaja atrás fica mais sujeito aos solavancos ao passar sobre piso irregular. Para quem vai na frente isso não chega a incomodar.
A Ranger tem garantia de cinco anos, a maior da categoria.