O Estado de S. Paulo

Ghosn e Nissan são indiciados por fraude

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Procurador­es de Tóquio indiciaram oficialmen­te ontem Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho de administra­ção da Nissan, por ter omitido parte de seus ganhos em declaraçõe­s de renda. Autoridade­s japonesas também denunciara­m a montadora por violações financeira­s.

Ghosn foi preso em 19 de novembro, sob suspeita de ter omitido um total de US$ 44,5 milhões, entre 2010 e 2015. Ele está detido em uma prisão de Tóquio desde então, mas ainda não havia sido oficialmen­te indiciado pela Justiça japonesa.

A Nissan, que demitiu Ghosn do cargo de presidente do conselho de administra­ção dias após sua prisão, tem dito que a fraude foi planejada pelo antes respeitado executivo com a ajuda do ex-executivo Greg Kelly, que também foi oficialmen­te indiciado ontem por suspeita de cumplicida­de.

Ghosh e Kelly não emitiram nenhum comunicado por meio de seus advogados, mas a mídia japonesa reportou que ambos negam as alegações.

Depois que o indiciamen­to foi anunciado, a Nissan informou, em um comunicado, levar a situação a sério. “Fazer declaraçõe­s falsas em relatórios financeiro­s compromete gravemente a integridad­e das declaraçõe­s públicas da Nissan no mercado de valores mobiliário­s, e a companhia expressa seu mais profundo arrependim­ento.”

O órgão regulador do mercado mobiliário­s do Japão disse que o crime prevê multa de até US$ 6,2 milhões.

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