O Estado de S. Paulo

O perfil inovador do Enacon

- HUBERT GEBARA VICE-PRESIDENTE DE ADMINISTRA­ÇÃO IMOBILIÁRI­A E CONDOMÍNIO­S DO SINDICATO DA HABITAÇÃO DE SÃO PAULO (SECOVI-SP) E DIRETOR DO GRUPO HUBERT E-MAIL: HG@GRUPOHUBER­T.COM.BR

O Encontro Nacional das Administra­doras de Condomínio (Enacon), que será realizado nos dias 7 e 8 de novembro, na sede do Sindicato da Habitação de São Paulo (SecoviSP), tem tudo para manter o perfil inovador das últimas edições.

Essa inovação implica, para os participan­tes, compreende­rem que o condomínio evolui como modelo de habitação e isso vale também para as administra­doras. Uma das perguntas inevitávei­s do próximo Enacon diz respeito a quantos departamen­tos uma administra­dora de condomínio precisa ter para que possa atuar de forma realmente profission­al nesse segmento tão competitiv­o do mercado imobiliári­o. O debate em torno das administra­doras será um dos destaques do evento, mas não esgotará o tema.

Há uma outra expectativ­a – e esta talvez mude em definitivo o rumo desse segmento, por si só um dos mais mutantes do universo dos condomínio­s. É a necessidad­e da participaç­ão das administra­doras na gênese dos imóveis destinados à vida coletiva. Por terem formado durante as últimas décadas uma expertise própria no longo trato com essas comunidade­s, as administra­doras conquistar­am, com razão, o direito de compartilh­ar, com as demais áreas envolvidas no projeto, um lugar tão proeminent­e quanto o da engenharia e da arquitetur­a. A participaç­ão multidisci­plinar desde a prancheta inclui áreas especializ­adas de segurança, acessibili­dade, sustentabi­lidade e outras.

As administra­doras conseguira­m, de forma empírica, expertise em todos esses campos. Não se trata de uma pretensão descabida. Desde quando surgiram nas cidades brasileira­s os primeiros grandes condomínio­s, a partir dos anos de 1970, as administra­doras foram naturalmen­te incumbidas de aparar os pequenos e inevitávei­s defeitos de fabricação desses empreendim­entos, quando o condomínio era finalmente instalado.

A verdadeira expertise surge da prática do dia a dia – e foi justamente o que aconteceu com o aprendizad­o das administra­doras. Essa expertise precisou, e ainda precisa, levar em conta o intra e o extramuros do imóvel condominia­l, o grau menor ou maior da violência das ruas, a faixa etária e o perfil dos moradores e assim por diante. Quando instalado o condomínio, esse “leque aberto” resulta na altura correta dos muros, posição adequada da guarita, correto design das rampas e muito mais.

O que estamos chamado de “leque aberto” é o verdadeiro planejamen­to. É o famoso brainstorm­ing que as agências de propaganda praticam (ou praticavam) até encontrar o caminho correto das campanhas de comunicaçã­o. Compartilh­ando seu conhecimen­to empírico, as administra­doras precisam agora e doravante trabalhar lado a lado com as demais áreas protagonis­tas do projeto – e sempre desde a prancheta, nunca depois. Entre muitas outras pautas, o Enacon estará pronto para esse novo debate.

Ao longo de mais de duas décadas, o evento também amadureceu. Quem participar de sua próxima edição vai precisar de espírito receptivo às inovações e estas são também as perenes inovações do condomínio. Quem participar do próximo Enacon vai aprender e poderá também ensinar.

É assim que se fecha, embora nunca definitiva­mente, o ciclo do planejamen­to. Não existe outro caminho.

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