O Estado de S. Paulo

Rede Popeyes, de frango frito, desembarca no Brasil.

Controlada pela mesma empresa dona do Burger King, rede quer investir R$ 1 bilhão na abertura no País de 300 restaurant­es em dez anos

- Márcia De Chiara

A rede Popeyes, a segunda maior cadeia de fast-food de frango do mundo, atrás apenas de outra americana, a KFC, estreou ontem no País. O primeiro restaurant­e começou a funcionar no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo. Para os próximos dez anos, a rede, controlada pela mesma companhia dona do Burger King, planeja investir R$ 1 bilhão na abertura de 300 restaurant­es no mercado brasileiro.

A intenção de Iuri Miranda, presidente da Popeyes no Brasil e também do Burger King no País, é abrir de cinco a dez restaurant­es da nova marca até dezembro. As duas marcas pertencem à Restaurant Brands Internatio­nal Inc.(RBI), controlada pelo 3G Capital, dos brasileiro­s Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles.

Em fevereiro do ano passado, RBI comprou a Popeyes com o objetivo de desenvolve­r a marca globalment­e. Em março deste ano, a BK Brasil, empresa que

opera o Burger King no Brasil, selou um acordo com a RBI para ser o master-franqueado da Popeyes no País por 20 anos, renovável por mais 20 anos. Pelo uso da marca, uma ilustre desconheci­da dos brasileiro­s, a BK Brasil pagará um porcentual sobre as vendas.

Miranda pretende repetir com a Popeyes a proeza que conseguiu com o Burger King. “Quando comecei o Burger King em 2011, mais da metade da população não conhecia a marca e hoje mais de 95% a conhecem”, lembra. Nesse período foram abertos mais de 600 restaurant­es.

O executivo pretende aproveitar a sinergia entre as duas cadeias, realizando compras conjuntas e também reduzindo custos na parte operaciona­l. Inicialmen­te, o modelo de negócio da Popeyes será o de lojas próprias. Entre os fatores para essa escolha, Miranda aponta a experiênci­a acumulada na operação do Burger King e a intenção de uniformiza­r a operação. “Também temos capital para isso”, acrescenta.

Em dezembro de 2017, a BK Brasil abriu capital na B3, bolsa brasileira, numa operação que captou R$ 2,2 bilhões.

Potencial. “O Brasil tem um grande potencial”, diz Alexandre Santoro, presidente mundial da Popeyes. Ele observa que o consumo de frango é elevado aqui e o País é um dos que têm menos restaurant­es de frango. Cada brasileiro consome 105 quilos de proteína animal por ano. Deste total, apenas 42,7 quilos são carne de frango.

O grande desafio da Popeyes, que faturou em 2017 US$ 3,7 bilhões no mundo com 2.900 restaurant­es espalhados por 30 países, é conquistar o paladar do brasileiro com o frango frito. “Os restaurant­es de frango frito são sucesso em muitos países do mundo, mas no Brasil ainda não pegou”, diz Cristina Souza, diretora executiva da GS&Libbra, consultora em fast-food. Ela lembra que a KFC não decolou no País e a atuação no segmento de frango frito está restrita a redes regionais.

Após várias tentativas fracassada­s, a KFC, desde junho sob a gestão de Carlos Wizard no País, quer ter 500 lojas no mercado brasileiro em dez anos. Esse é um forte sinal que um período de disputa acirrada se avizinha.

No entanto, Miranda, da Popeyes, confia na sua estratégia. Diz que estudou cada detalhe antes de apostar nesse mercado: adaptou o cardápio ao gosto e ao bolso do brasileiro. Além disso, acredita que o seu grande diferencia­l será a qualidade e o tempero exclusivo, que veio da culinária da Luisiana (EUA), onde rede nasceu.

As próximas lojas devem ser abertas em shoppings em São Paulo e na Grande São Paulo. Entre eles estão o Tietê Plaza Shopping, Shopping Cidade São Paulo e Parque Shopping Barueri.

 ??  ??
 ?? ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO - 10/10/2018. ?? Mercado. Santoro (E) e Miranda acreditam no potencial do mercado de frango frito no País
ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO - 10/10/2018. Mercado. Santoro (E) e Miranda acreditam no potencial do mercado de frango frito no País

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil