Para Rosa Weber, do TSE, urna é segura
Após fala de Bolsonaro, presidente do TSE diz que, desde que sistema foi implantado, nenhuma fraude foi comprovada
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, disse ontem que as urnas eletrônicas são “absolutamente confiáveis” e desde a sua implantação, em 1996, até hoje não foi comprovado nenhum caso de fraude. Em transmissão ao vivo no domingo, feita por redes sociais, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse que as eleições de outubro podem resultar em uma “fraude” por causa da ausência do voto impresso.
“Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade”, disse a ministra, em rápida conversa com jornalistas antes da sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com Rosa, é importante frisar que os equipamentos são auditáveis. “Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis. Eu tenho muita tranquilidade, e nosso corpo de servidores trabalha com dedicação. Nós abrimos para possibilidade de auditagem de maneira geral. Estamos procurando através da Ascom (assessoria de comunicação) fazer um movimento de relembrar esses dados todos, explicar para população. O mais importante é dizer para população que são auditáveis”, completou.
A presidente do TSE observou que nas últimas eleições presidenciais, em 2014, o PSDB pediu uma auditoria, depois de o senador Aécio Neves (PSDBMG) ser derrotado por uma pequena margem de votos para a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. “Nas últimas eleições presidenciais houve uma desconfiança, o partido que no caso não saiu vencedor, expressou, requereu e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis”, afirmou Rosa.
Toffoli. Anteontem, durante café da manhã com jornalistas, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, também rebateu as declarações de Bolsonaro. “Os sistemas (da urna eletrônica) são abertos a auditagem para todos os partidos políticos seis meses antes da eleição, também para o Ministério Público e para a OAB”, disse Toffoli, que presidiu o TSE durante a campanha eleitoral de 2014.