O Estado de S. Paulo

Via Varejo caminha para ter meio de pagamento móvel

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Os tradiciona­is carnês de papel das Casas Bahia podem se tornar o símbolo de uma importante mudança que a Via Varejo, dona da rede de eletrodomé­sticos, pretende causar nas relações entre o setor financeiro e o varejo. Enquanto no passado a maioria dos varejistas vinha firmando contratos cedendo a grandes bancos suas carteiras de crédito, a Casas Bahia manteve a posse de seus carnês. Com isso, vai transforma­r o histórico desses clientes em um ativo que será usado para dar os primeiros passos em direção a um negócio de meio de pagamentos móvel, que tende a substituir os pagamentos feitos nas conhecidas “maquininha­s” de cartões. A empresa acredita ter potencial para replicar no Brasil a transforma­ção provocada pelas chinesas Alipay e WeChat Pay nas tendências da indústria global de meios de pagamento.

» Carne digital. Com a parceria recém anunciada com a Airfox, empresa sediada em Boston e incubada em Harvard, a Via Varejo espera cresciment­o na base de clientes que consomem com carnê, por meio de um “carnê digital”, que vai rodar num aplicativo de celular. A notícia pode não agradar aos grandes bancos, que ainda disputam espaço no varejo com suas maquininha­s. A Casas Bahia tem um acordo para financiame­nto de parte das carteiras de crédito com o Bradesco, mas o carnê não faz parte. Já na rede Pontofrio, que também pertence ao grupo, a exclusivid­ade é de uma financeira em parceria com o Itaú Unibanco.

» Primeiro o cliente. O diretor financeiro da Via Varejo, Felipe Negrão, não acredita em eventuais “rusgas” com seus bancos parceiros, já que a companhia está “respeitand­o todos os acordos” com as instituiçõ­es,

mas defende que “o cliente vem em primeiro lugar”.

» Crédito. A Desenvolve SP, Agência de Desenvolvi­mento Paulista, atingiu a marca de R$ 3 bilhões em desembolso­s acumulados ao longo dos nove anos de sua existência. A maior parte da demanda por recursos veio do setor privado, especifica­mente de pequenas e médias empresas, as quais tomaram 82% desse montante no período.

» Recorde. Apesar da crise, agência registrou em julho último seu maior desembolso mensal em cinco anos, totalizand­o R$ 66,1 milhões. Atualmente, a Desenvolve SP opera uma carteira de R$ 1,245 bilhão, a quarta maior entre as agências de fomento e bancos de desenvolvi­mento do País, desconside­rando o BNDES.

» Potente. Prestes a completar 35 anos no próximo dia 19, a corretora independen­te Ativa Investimen­tos pretende dobrar o valor de ativos sob sua custódia até 2019, dos R$ 5,4 bilhões que têm atualmente. Até o final deste ano, a Ativa já prevê cresciment­o de 30% de sua carteira de clientes, que é composta por 68 mil investidor­es. Paralelame­nte, a corretora com sede no Rio de Janeiro vai inaugurar, nos próximos meses, dois novas filiais, uma em São Paulo e outra em Santa Catarina.

» Rentabiliz­ando. Aproveitan­do as facilidade­s trazidas pelas novas ferramenta­s tecnológic­as de conexão, a Ipiranga, distribuid­ora de combustíve­is da Ultrapar, vai oferecer o marketplac­e do Ipiranga Clube Empresaria­l, para que empresas disponibil­izem seus serviços aos clientes corporativ­os da rede. » Fidelizaçã­o. O lançamento do Clube Empresaria­l acontece depois de outubro, com o objetivo de fidelizar esse público corporativ­o. Para desenvolve­r o Clube Empresaria­l, a Ipiranga contou com a parceria de startups e fintechs.

COM DAYANNE SOUSA

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FELIPE RAU/ESTADÃO - 24/11/2017
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L C LEITE/ESTADÃO-11/9/1998

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