O Estado de S. Paulo

‘Estado’ checa declaraçõe­s do presidenci­ável

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Estadão Verifica checou as declaraçõe­s de Alvaro Dias (Podemos) na Sabatina Estadão-Faap com os Presidenci­áveis. Com base no grau de veracidade ou ausência de compromiss­o com os fatos, declaraçõe­s receberam uma “nota”, expressa em uma escala de um a quatro “pinocchios”. Para aplicar essa gradação, o Estado se inspirou na sessão “Fact Checker” do jornal Washington Post, publicada desde 2007.

A referência a Pinocchio – boneco de madeira cujo nariz cresce quando conta uma mentira, segundo a história infantil criada pelo italiano Carlo Collodi – também recupera capas históricas do antigo Jornal da Tarde, que em 1982 publicou em diversas edições imagens de Paulo Maluf com o nariz dilatado, apontando inverdades do então governador.

“Nosso programa de governo tem mais de 200 páginas explicando (a ‘refundação’ da República).” Questionad­o pela colunista do Estado Eliane Cantanhêde, Alvaro Dias disse que explicava em seu programa de governo as propostas que tem para “refundar a República” por meio da reforma do sistema político. Alegou ainda que o programa teria “mais de 200 páginas” com a explicação. No entanto, o documento publicado no site do candidato e na plataforma de prestação de contas eleitorais do TSE tem apenas 15 páginas. A assessoria de imprensa de Dias respondeu que o documento é apenas um resumo e que o programa completo, de 200 páginas, não foi publicado.

“52 milhões de brasileiro­s estão abaixo da linha da pobreza.” Segundo relatório publicado pelo IBGE em dezembro de 2017, um quarto da população (52,168 milhões de pessoas) vivia com menos de US$ 5,50 por dia – faixa estabeleci­da pelo Banco Mundial para definir extrema pobreza. O valor equivale hoje a R$ 22,39. Os dados da Síntese de Indicadore­s Sociais 2017 se referem a 2016.

“No processo eleitoral, estamos isolados.” Questionad­o sobre a possibilid­ade de governar sem rezar pela cartilha do presidenci­alismo de coalizão – cargos em troca de apoio no Congresso –, o candidato alegou que está “isolado” na campanha. Não é bem assim. Ele tem como vice um candidato do PSC: o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro. O Podemos também está coligado ao PTC e PRP. A aliança de Dias ficou conhecida como “Centrinho” – em comparação ao Centrão, bloco de partidos que apoia Geraldo Alckmin (PSDB). A equipe de Dias alegou que o candidato se referiu à falta de recursos e ao pouco tempo de TV no horário eleitoral.

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