Assombroso
Editorial do Estado de 22/8 (A3) nos dá conta de mais do mesmo sobre os vencimentos da magistratura. O tratamento do tema, ou parte dele, deverá constar da pauta do STF de 12 de setembro, na despedida da ministra Cármen Lúcia da presidência da Corte. Os temas trazidos pelo texto são assustadores: auxílio-alimentação para juízes e desembargadores; auxílio para aperfeiçoamento profissional dos magistrados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; auxíliomoradia pago há cinco anos por decisão liminar, cujo julgamento poderá (?) entrar na pauta, e o caso do Tribunal de Justiça do Acre, liberado para julgamento, que seria risível se não fosse trágico. Tudo isso ainda é pouco, segundo o editorial. E ainda se constata haver um contorcionismo semântico na classificação dos benefícios: são eles “indenizatórios” e “não remuneratórios”. Esse primor linguístico permite que aquele “teto” tão citado seja, absolutamente, letra morta. E mais: assim, ainda alguns driblam o Imposto de Renda. Que tal? Será que poderemos ter uma despedida alvissareira da presidente Cármen Lúcia para os bolsos rotos dos contribuintes? Há sempre uma esperança. Aliás, os contribuintes desta República de faz de conta nada podem fazer. Nada! Restalhes contribuir ainda mais para o pagamento dessa conta assombrosa, se, mais uma vez, o corporativismo derrotar a esperança. JOSE ANTONIO S. BORDEIRA bordeira@compuland.com.br Petrópolis (RJ)