Receita da chinesa Xiaomi tem alta de 68% no trimestre
A fabricante chinesa de smartphones Xiaomi teve alta de 68,3% em sua receita no segundo trimestre de 2018, graças às fortes vendas de smartphones e bons resultados no segmento de aparelhos conectados, que cresce rapidamente.
Esta é a primeira vez que a chinesa divulga seus resultados financeiros desde que abriu seu capital na Bolsa de Hong Kong, em junho deste ano. Na época, a empresa levantou US$ 4,72 bilhões. A abertura de capital avaliou a empresa em cerca de US$ 54 bilhões – bem menos do que a estimativa inicial feita por analistas do setor, que previam a empresa sendo cotada na casa de US$ 100 bilhões.
O caminho desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), porém, não tem sido fácil: seus papéis já tiveram queda de 20% desde a máxima alcançada, no início de julho. Há preocupações dos investidores com o valor da empresa, bem como com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
Os bons resultados, porém, devem aliviar preocupações sobre as operações da companhia. No segundo trimestre, a empresa faturou US$ 6,58 bilhões – no ano passado, a receita no período havia sido de US$ 3,9 bilhões. O mercado chinês ainda é o principal da empresa, concentrando 63% das receitas. Já o lucro líquido da chinesa foi de US$ 2,1 bilhões.
Ao longo de 2017, a Xiaomi gerou 70% de seu faturamento com a venda de seus smartphones de especificações de entrada e preços acessíveis. No entanto, as margens de seus telefones, que rodam um sistema operacional derivado do Android, chamado MIUI, são baixas.
Para se ter uma ideia, a empresa teve margem de 8,8% nas vendas de celulares em 2017. Em comparação, as margens obtidas pela Apple em seus últimos modelos – o iPhone 8 e o iPhone X – foram de cerca de 60%, segundo analistas.
Hoje, a Xiaomi não atua hoje no mercado brasileiro, onde esteve entre 2015 e 2017. A empresa chegou aqui com alarde, liderada pelo brasileiro Hugo Barra, ex-Google, mas não foi capaz de repetir no País o sucesso que tem na China.