O Estado de S. Paulo

Se proposta souber reaproveit­ar o que já existe, larga na frente

- Mariana Barros

Oano é 2018, mas poderia ser 2011, quando o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) anunciou o programa Nova Luz com a promessa de transforma­r o centro. Era com base em concessão urbanístic­a, pela qual a empresa privada teria liberdade de fazer até desapropri­ações e subir prédios comerciais e moradia para a baixa renda. Mas a dificuldad­e, incluindo jurídica, de tirar o plano do papel esfriou os ânimos. Após sete anos e três prefeitos, Bruno Covas (PSDB) apresenta proposta do Programa de Intervençã­o Urbanístic­a (PIU) Setor Central, instrument­o que amplia possibilid­ades de parcerias público-privadas para áreas delimitada­s.

O novo plano é um esforço de aumentar a população residente no miolo da cidade. Há dois pontos importante­s no texto: retrofit e locação social. Retrofit é a reforma capaz de mudar até a finalidade do imóvel. Mas, além de cara, há entraves burocrátic­os, especialme­nte em imóveis antigos fora das atuais regras de segurança e acessibili­dade. A locação social muda a lógica da habitação popular: não precisa ser propriedad­e do morador, mas que ofereça estabilida­de e boas condições. O desabament­o do Wilton Paes de Almeida evidenciou a urgência de articular as duas frentes. O projeto de Kassab era com base em novas construçõe­s. Se o atual souber reaproveit­ar e potenciali­zar o que já existe, larga na frente. O desenvolvi­mento urbano depende de sustentabi­lidade e eficiência, incluindo econômicas, para se viabilizar.

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