O Estado de S. Paulo

Declaraçõe­s de Bolsonaro contrariam seu projeto

- BRASÍLIA

Um dos primeiros políticos a sair em defesa da paralisaçã­o do setor de cargas, o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, já teve um posicionam­ento diferente sobre quem dificulta o trânsito em vias terrestres. Em junho de 2016, o deputado apresentou projeto na Câmara para estabelece­r, no Código Penal, pena de prisão de um a três anos para quem impedir o trânsito de veículos e pedestres, sem autorizaçã­o prévia de autoridade­s.

A proposta ainda prevê aumento da reclusão em dois terços para representa­ntes de entidades e de movimentos sociais que incitarem os atos. O projeto de Bolsonaro altera um decreto-lei do governo Getúlio Vargas, de maio de 1940.

A antiga norma prevê reclusão de até dois anos para quem dificultar o funcioname­nto de “outros meios de transporte público” que não sejam aéreo, ferroviári­o ou marítimo. Não trata especifica­mente de obstrução de vias como a proposta de Bolsonaro. “A democracia é pautada na liberdade do cidadão dentro dos limites do direito do outro, visando à convivênci­a pacífica na sociedade”, disse o deputado ao justificar seu projeto. ‘Perdão’. Em sua conta no Twitter, Bolsonaro defendeu o perdão dos que estão parados nas estradas. “Qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhonei­ros por Temer/Jungmann será revogada por um futuro presidente honesto/patriota”, afirmou.

Na quinta-feira, numa viagem a Salvador, o pré-candidato disse que era “100% favorável” ao movimento dos caminhonei­ros, mas ponderou ser contra bloqueio de estradas.

Procurado pelo Estado, o deputado não foi localizado.

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