O Estado de S. Paulo

Pequeno recuo no endividame­nto das famílias

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A maioria das famílias brasileira­s continua a enfrentar dificuldad­es para cumprir compromiss­os financeiro­s, mas sua situação registra alguma melhora. Segundo a Pesquisa de Endividame­nto e Inadimplên­cia do Consumidor da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o porcentual de famílias endividada­s recuou de 61,2% em março para 60,2% em abril do total das entrevista­das. A proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso também diminuiu, ficando em 25% em abril, um ligeiro ganho em relação a março (25,2%). Já em comparação com o mesmo mês de 2017, houve uma queda de 0,4 ponto porcentual nesse item.

Embora a taxa de desemprego continue muito elevada – o que é devido, em parte, à maior disposição das pessoas de procurar trabalho, bem como ao ingresso no mercado de um maior número de jovens –, o Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) do Ministério do Trabalho mostrou que, no primeiro trimestre, 196 mil pessoas conseguira­m postos de trabalho com carteira assinada. É provável que muitos integrante­s desse grupo tenham procurado liquidar ou renegociar dívidas com seus credores, em especial instituiçõ­es financeira­s.

De outra parte, os consumidor­es estão cautelosos quanto a assumir novos compromiss­os financeiro­s, limitando seus gastos ao essencial. Como afirma Marianne Hanson, da CNC, “a redução do endividame­nto observada ao longo do primeiro quadrimest­re deste ano reflete um ritmo menor de recuperaçã­o do consumo das famílias”.

Persiste, porém, um segmento de famílias – presumivel­mente aquelas sem perspectiv­a de ocupação regular – que se consideram sem meios para pagar suas contas e dívidas em atraso, permanecen­do inadimplen­tes, porcentual que passou de 10% em março para 10,3% em abril. Também teve ligeira variação a proporção das famílias que se declararam muito endividada­s, de 14,1% em março para 14,2% em abril. Em comparação com abril de 2017, no entanto, a proporção dessas famílias caiu 0,7 ponto porcentual.

Não chega a surpreende­r que as dívidas contraídas por cartão de crédito liderem os compromiss­os das famílias endividada­s, alcançando 76,1% do total. Vêm em seguida os compromiss­os assumidos por carnês (16,5%) e o crédito pessoal (10,4%).

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