Homem dado como desaparecido é achado em Minas
Bombeiros buscam agora seis pessoas; as equipes de resgate localizaram mais fragmentos, de 1 adulto e 2 crianças
Um homem que estava na lista de desaparecidos nos escombros do Prédio Wilton Paes de Almeida foi encontrado vivo ontem na Grande Belo Horizonte. Com isso, os bombeiros buscam oficialmente seis vítimas do desabamento do dia 1.º.
A família de Artur Hector de Paula, de 46 anos, havia registrado boletim de ocorrência para informar o desaparecimento na segunda-feira. De acordo com os parentes, vizinhos haviam dito que o viram na noite em que ocorreu o incêndio.
Ainda ontem o Núcleo de Antropologia do Instituto Médico-Legal (IML) examinou remanescentes humanos encontrados nos escombros e identificou preliminarmente características compatíveis com as de três indivíduos diferentes: um adulto e duas crianças, ainda sem definição de sexo e estatura. Entre os desaparecidos estão
Selma Almeida, de 41 anos, e os filhos gêmeos de 10 anos dela, Werder e Wendel. A lista tem ainda Francisco Dantas, de 56 anos, e o casal Eva Barbosa Lima, de 42, e Walmir Souza Santos, de 47. Até agora, a única vítima cuja identificação foi feita é Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, que era resgatado quando o edifício caiu.
Esses restos mortais recentes foram encontrados na região do subsolo. “No local até então não tínhamos encontrado vestígio humano. Não eram (restos mortais já achados) porque esse é um local muito mais profundo”, explicou o capitão dos Bombeiros, Marcos Palumbo. Os ossos são da coluna vertebral e da pelve. Eles estão muito fragmentados, por causa do impacto dos escombros na vítima.
Os ossos foram achados pela cachorra Vastim e as buscas foram intensificadas. “É uma área em que os destroços estão altamente compactados. Alcançamos 3 metros de profundidade da parte subterrânea e sabemos que ela tem, no total, 6 metros.”
Protesto. Movimentos de luta por habitação social e moradores de ocupações de São Paulo realizaram uma passeata na tarde de ontem, no centro. O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, realizou ato ecumênico, em que rezou pelas “famílias que não têm direito à moradia digna”. Os manifestantes acenderam velas, rezaram um pai-nosso e gritaram palavras de ordem durante o ato.
As famílias acampadas no Largo do Paiçandu desde o desastre pediram ontem a retirada de parte das doações. Um caminhão do Exército da Salvação veio buscar roupas. De acordo com desabrigados, a quantidade delas já é suficiente e o excesso estava atraindo pessoas de fora. Doações de alimentos e itens de higiene, dizem, ainda são necessárias.