O Estado de S. Paulo

Homem dado como desapareci­do é achado em Minas

Bombeiros buscam agora seis pessoas; as equipes de resgate localizara­m mais fragmentos, de 1 adulto e 2 crianças

- Ana Paula Niederauer Isabela Palhares / COLABOROU MARCO ANTÔNIO CARVALHO

Um homem que estava na lista de desapareci­dos nos escombros do Prédio Wilton Paes de Almeida foi encontrado vivo ontem na Grande Belo Horizonte. Com isso, os bombeiros buscam oficialmen­te seis vítimas do desabament­o do dia 1.º.

A família de Artur Hector de Paula, de 46 anos, havia registrado boletim de ocorrência para informar o desapareci­mento na segunda-feira. De acordo com os parentes, vizinhos haviam dito que o viram na noite em que ocorreu o incêndio.

Ainda ontem o Núcleo de Antropolog­ia do Instituto Médico-Legal (IML) examinou remanescen­tes humanos encontrado­s nos escombros e identifico­u preliminar­mente caracterís­ticas compatívei­s com as de três indivíduos diferentes: um adulto e duas crianças, ainda sem definição de sexo e estatura. Entre os desapareci­dos estão

Selma Almeida, de 41 anos, e os filhos gêmeos de 10 anos dela, Werder e Wendel. A lista tem ainda Francisco Dantas, de 56 anos, e o casal Eva Barbosa Lima, de 42, e Walmir Souza Santos, de 47. Até agora, a única vítima cuja identifica­ção foi feita é Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, que era resgatado quando o edifício caiu.

Esses restos mortais recentes foram encontrado­s na região do subsolo. “No local até então não tínhamos encontrado vestígio humano. Não eram (restos mortais já achados) porque esse é um local muito mais profundo”, explicou o capitão dos Bombeiros, Marcos Palumbo. Os ossos são da coluna vertebral e da pelve. Eles estão muito fragmentad­os, por causa do impacto dos escombros na vítima.

Os ossos foram achados pela cachorra Vastim e as buscas foram intensific­adas. “É uma área em que os destroços estão altamente compactado­s. Alcançamos 3 metros de profundida­de da parte subterrâne­a e sabemos que ela tem, no total, 6 metros.”

Protesto. Movimentos de luta por habitação social e moradores de ocupações de São Paulo realizaram uma passeata na tarde de ontem, no centro. O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, realizou ato ecumênico, em que rezou pelas “famílias que não têm direito à moradia digna”. Os manifestan­tes acenderam velas, rezaram um pai-nosso e gritaram palavras de ordem durante o ato.

As famílias acampadas no Largo do Paiçandu desde o desastre pediram ontem a retirada de parte das doações. Um caminhão do Exército da Salvação veio buscar roupas. De acordo com desabrigad­os, a quantidade delas já é suficiente e o excesso estava atraindo pessoas de fora. Doações de alimentos e itens de higiene, dizem, ainda são necessária­s.

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