O Estado de S. Paulo

Procurador vê semelhança com os EUA

- Paulo Favero

Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Gláucio Araújo de Oliveira não vê qualquer diferença entre o episódio de abuso na ginástica brasileira com o que ocorreu nos Estados Unidos, com o médico Larry Nassar. “Dá perfeitame­nte para comparar os casos. Não vejo distinção entre as duas condutas”, disse, em entrevista ao Estado.

Nos EUA, o Nassar foi condenado à prisão perpétua por ter abusado de pelo menos 200 mulheres, a maioria adolescent­e, durante os 20 anos em que trabalhou com medicina esportiva, seja com a seleção de ginástica norte-americana ou na Universida­de do Estado de Michigan. O caso gerou repercussã­o mundial, derrubou dirigentes de entidades e promoveu mudanças de impacto no esporte.

No Brasil, as acusações pesam contra o técnico de ginástica artística Fernando de Carvalho Lopes. Segundo depoimento­s de dezenas de atletas, ele teria cometido abusos sexuais durante vários anos em treinos, testes físicos e em viagens com diversos esportista­s. Para o procurador-chefe, o caso é emblemátic­o e terá desdobrame­ntos.

“O impacto no esporte é relevante, uma vez que desperta o interesse da sociedade de um modo geral em exigir providênci­as das autoridade­s competente­s, bem como provoca a adoção de medidas preventiva­s por parte das entidades desportiva­s, como clubes e confederaç­ões, por exemplo”, explicou.

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