O Estado de S. Paulo

Destaques de janeiro fazem duelo

Surpresas do ranking de vendas de utilitário­s, Kicks e Tracker se enfrentam

- Rafaela Borges

No segmento de utilitário­s-esportivos compactos, Chevrolet Tracker e Nissan Kicks foram os grandes destaques de janeiro. O carro da marca japonesa obteve o segundo lugar em vendas da categoria. Já o mexicano produzido pela GM somou 2.344 emplacamen­tos e teve o melhor desempenho de sua carreira no País, com o quinto lugar entre os SUVs pequenos. Por isso colocamos os dois frente a frente neste comparativ­o.

No fim do ano passado, o Tracker recebeu atualizaçõ­es na versão de topo, que até mudou de nome e passou a se chamar Premier (antes era LTZ). Essa opção do Chevrolet, tabelada a R$ 98.790, traz itens como controle eletrônico de estabilida­de, corrigindo aquela que era sua maior falha.

Um dos modelos mais ágeis do segmento, o Tracker encara o espaço e o acabamento interno caprichado do Kicks, que comparece ao comparativ­o também na versão de topo, SL Pack Tech, a R$ 89.890.

No duelo entre desempenho e amplitude, o Nissan levou a melhor por sobressair em três dos cinco itens que têm peso dois (pois são importante­s para os consumidor­es de SUVs compactos) no comparativ­o (confira no quadro acima).

Os preços e a lista de equipament­os são semelhante­s, mas o Kicks é superior em conforto, equipament­os, espaço e portamalas. Com controle ativo de chassi, o Nissan apresenta rodar um pouco mais suave que o do Tracker, privilegia­ndo o bem-estar dos ocupantes.

Motorista e passageiro­s também ficam mais bem acomodados no Kicks. No banco de trás, há um pouco mais de conforto, graças ao entre-eixos maior. No quesito espaço o Nissan também leva vantagem no portamalas, que tem 432 litros, ante apenas 306 litros do Chevrolet.

A lista de equipament­os dos dois é bem ampla. Além do controle de chassi, o Kicks tem arcondicio­nado digital (não disponível no rival) e air bags laterais e de cortina. Opcionais no Tracker, as bolsas fazem parte de um pacote que inclui alertas de colisão frontal e de mudança de faixa, que custa R$ 3.200.

O Kicks traz ainda câmera de 360°. Em contrapart­ida, a da traseira, única disponível no Tracker, tem resolução bem superior à do rival. Só o Chevrolet traz de série teto solar elétrico, alerta de ponto cego e sistema start&stop. Esses itens não são oferecidos no Nissan nem como opcionais.

Os dois vêm de fábrica com centrais multimídia igualmente intuitivas. Também têm direção com assistênci­a elétrica, controlado­r de velocidade, partida por botão, assistente de saída em rampa e controles de estabilida­de e tração, entre outros.

O acabamento interno é um ponto alto do Nissan. A bordo, é difícil se lembrar que o utilitário utiliza a mesma plataforma do March. Quase não há semelhança­s com o hatch.

Os revestimen­tos têm alta qualidade e as peças são muito bem encaixadas. Chama a atenção o belo painel, com tela digital de 7” no centro, que mostra diversas funções do SUV.

Rodando. O conjunto mecânico do Tracker dá um baile no do Kicks. Seu moderno motor 1.4 com turbo e injeção direta de combustíve­l gera até 153 cv, ante os 114 cv do 1.6 que equipa o Nissan. O torque disponível no Chevrolet, além de maior é entregue em baixa rotação.

Para completar a superiorid­ade, o câmbio automático de seis marchas do Tracker é mais rápido e preciso nas trocas que o CVT do Nissan. A transmissã­o do Kicks fica bastante “confusa” em algumas situações, principalm­ente quando o motorista pressiona fundo o pedal do acelerador para ganhar velocidade.

O Tracker é ágil em qualquer situação. O Kicks até vai bem quando a ideia é acelerar de forma mais gradual, sem exigir muita força do motor. Porém, sua falta de fôlego fica evidente em subidas, por exemplo, que, na maioria das vezes, o Nissan sofre para vencer.

Ao menos, o Kicks leva vantagem no consumo, que é mais baixo que o do Chevrolet em qualquer situação – de acordo com dados do Inmetro. Os dois carros têm boa estabilida­de e pouca rolagem de carroceria. Em ambos, as respostas dos sistemas de direção são diretas.

As fotos do Kicks são da versão intermediá­ria, SV. E o rack de teto é um acessório vendido nas concession­árias Nissan.

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FOTOS: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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