CORRUPÇÃO
Trama pela impunidade
A coluna Impunidade no forno, de Eliane Cantanhêde (23/2, A6), é assustadora. Entre outras coisas, anuncia que está sendo tramada “restrição” do foro privilegiado para os políticos e envio dos processos à primeira instância de seus redutos eleitorais, para tudo recomeçar do zero, o que significa enviá-los pras calendas. Fala da inexplicável revisão do julgamento em que o STF já decidiu que a discussão sobre as provas termina com o acórdão de segunda instância e, assim, o réu já pode ser preso – uma vez que a “presumida inocência” deixa de existir. Referese também ao fim e anulação das delações premiadas – mesmo em face da provada existência dos fatos nelas delatados –, submetendo-se a Justiça à pressão dos defensores dos réus. Acrescenta o texto alguns estranhos acontecimentos, até dentro do próprio STF, que apontariam a existência da denunciada trama e sucumbência do órgão máximo de nosso Judiciário às pressões políticas a que ele, galhardamente, tem resistido até agora. Máxime com a possível revisão de decisões já tomadas em plenário. Nesse caso, com o surgimento de natural insegurança relativamente ao que já é matéria discutida, votada e decidida pela Suprema Corte. Isso tudo, segundo a colunista – e os que zelam pela integridade de nosso sistema judiciário –, significaria a tranquilidade para todos os envolvidos nos escândalos até hoje descobertos. E intranquilidade para toda a Nação. Significaria ainda o fim da Operação Lava Jato. E o despertar de um movimento de todos os brasileiros para que um poder “mais alto se alevante” e dê origem à Operação Salva Brasil.
JOSÉ ETULEY B. GONÇALVES etuley@uol.com.br Ribeirão Preto