O Estado de S. Paulo

Crime organizado é o maior problema

- / M.G.

O crime organizado foi o principal “agente perturbado­r da ordem” nas ações realizadas pelos militares, segundo dados compilados pelo Estado, respondend­o por 25,9% do total. Em seguida, vêm a ameaça terrorista, com 23,2%, as greves de policiais e caminhonei­ros (16,5%) e as manifestaç­ões (7,1%).

O crime organizado nas fronteiras e nos centros urbanos foi a principal “força oponente” ou “agente perturbado­r da ordem” enfrentada pelos militares (25,9%), segundo os documentos de 181 operações de segurança integrada a que o Estado teve acesso. Os dados foram compilados pelo Ministério da Defesa, pela Marinha, pelo Comando de Operações Terrestres do Exército, pelo Estado-Maior do Exército, pela Força Aérea, e pelos Comandos Militares do Planalto (CMP), do Nordeste (CMNE) e do Leste (CML).

Os números mostram que a ameaça terrorista ocupou o segundo lugar (23,2%) nas preocupaçõ­es dos militares, seguida por policiais e caminhonei­ros grevistas e bandidos que se aproveitav­am desses movimentos (16,5%) e manifestan­tes em geral (7,1%), como os integrante­s do movimento dos sem-terra. Para o chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa, general do Exército César Augusto Nardi de Souza, é difícil determinar quem é o agente perturbado­r da ordem. “Às vezes dois lados podem conturbar, por isso a gente se coloca no meio. A ideia é separar.”

Entre os perturbado­res da ordem também aparecem garimpeiro­s, grileiros, fazendeiro­s, índios e madeireiro­s, principalm­ente na Região Norte do País. “Isso acontece porque as forças estaduais de segurança na Região Amazônica são incapazes de prover segurança além das áreas urbanas desses Estados”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança e coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente da Silva Filho. Para ele, só o Exército ou uma força militar federal permanente teriam a capacidade logística de atuar em áreas de difícil acesso na Amazônia. Justificat­iva. Cada uma das operações tem a sua missão especifica­da em documento no qual é detalhado quem é o “agente perturbado­r da ordem pública” contra o qual a tropa será empregada. Em 60% dos casos, a missão principal dos militares era a defesa da ordem pública e da sociedade. Em 21%, as Forças Armadas foram usadas para proteger eventos e autoridade­s e em 10% dos casos, eleições no País e nos Estados e municípios.

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