O Estado de S. Paulo

Haddad na campanha de Lula

PT formaliza nome de ex-prefeito na campanha de 2018; petistas negam que escolha possa servir de plano B ao Planalto

- Ricardo Galhardo

O ex-prefeito Fernando Haddad vai coordenar o programa de governo de Lula. A ideia é afastar especulaçõ­es sobre um “plano B” do partido em torno de seu nome.

O PT formalizou ontem a escolha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para coordenar o programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de 2018. A coordenaçã­o geral da campanha ficará a cargo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do partido, que comunicou a escolha de Haddad durante reunião do Diretório Nacional do PT, sábado, em São Paulo.

O ex-prefeito já vinha atuando informalme­nte como coordenado­r do grupo de colaborado­res de Lula desde o primeiro semestre. Haddad vai representa­r o Instituto Lula na coordenaçã­o do programa de governo.

Além dele, o economista Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, e o ex-deputado Renato Simões (SP), representa­ndo a Executiva Nacional do PT, vão compor o núcleo da equipe de programa de governo. Outros nomes do partido serão escolhidos para comandar grupos setoriais. Um deles é o ex-deputado Newton Lima (SP), que deve cuidar da área de Educação.

Ao ser formalizad­o no cargo de coordenado­r do programa de governo, Haddad assume papel central na pré-campanha de Lula. Em 2002, a função foi exercida por Celso Daniel (assassinad­o em janeiro daquele ano) e Antonio Palocci, que viria a se tornar ministro da Fazenda.

Em 2006, 2010 e 2014, quando o PT diminuiu o tamanho e a importânci­a dos programas, a coordenaçã­o ficou a cargo de Marco Aurélio Garcia, morto em julho deste ano.

Segundo dirigentes do PT, o fato de assumir a coordenaçã­o do programa de governo não impede que Haddad venha a disputar algum cargo eletivo em 2018. Ele é cotado para ser candidato a senador, mas setores do partido defendem seu nome para disputar o governo de São Paulo ou uma vaga na Câmara.

Os petistas, no entanto, descartam que a escolha tenha algo a ver com a possibilid­ade de Haddad ser o plano B do PT caso Lula seja impedido pela Justiça de ser candidato em 2018. Segundo fontes do partido, o sentido é justamente o contrário. A ordem no PT é afastar as especulaçõ­es sobre plano B e reforçar a impressão de que a pré-candidatur­a de Lula está a pleno vapor, apesar da ameaça judicial.

 ?? WERTHER SANTANA/ESTADÃO-29/5/2017 ?? Alternativ­a. Ordem no PT é evitar especulaçõ­es de que Haddad possa ser plano B de Lula
WERTHER SANTANA/ESTADÃO-29/5/2017 Alternativ­a. Ordem no PT é evitar especulaçõ­es de que Haddad possa ser plano B de Lula

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil