Após reforma, exposição do cômodo tende à sofisticação
Adaptação é possível em ambientes fechados, mas mudança pode encarecer acabamento e mobília que fica à vista
Michelle Corrêa, 25 anos, vai se mudar em 2019, logo após o casamento, para o apartamento comprado na planta. Antes, porém, ela pretende fazer uns ajustes no projeto. A cozinha está no centro de suas preocupações com a decoração.
Isso porque o ambiente, junto com a sala, ocupará lugar de destaque na casa. A abertura e integração do espaço são motivadas por dois pontos centrais: dar ideia de amplitude - a área total do imóvel é 57 m²- e evitar o isolamento em cômodos.
“Inicialmente, seremos só nós dois. Não quero ficar sozinha enquanto cozinho, por exemplo. Com ela aberta, também posso assistir à televisão, conversar. Enfim, conviver com o entorno.”
O posicionamento da cozinha está de acordo com o resultado da pesquisa feita por Sandra Escridelli. A arquiteta entrevistou moradores que escolheram adaptar suas cozinhas para o modelo americano.
Da amostra, formada por mais de 200 unidades, 85,5% apontaram a possibilidade de manter conversações em diferentes ambientes como principal razão da escolha. Em seguida, está a sensação de expansão da área de convívio, com 83,6%.
O apartamento de Michelle
“O primeiro é entender os pontos da cozinha para, assim, desenhar o layout que melhor se adequa às necessidades da família” José Nildo ARQUITETO
ainda não foi entregue, mas a nutricionista já escolheu a parede que será derrubada. “A minha cozinha é estreita, aí a área de trabalho também seria muito restrita, por isso escolhi fazer uma bancada.”
O arquiteto Nildo José afirma ser possível adaptar praticamente qualquer planta, desde que feita uma avaliação completa do espaço. “O primeiro passo é entender os pontos da cozinha para, assim, desenhar o layout que melhor se adequa às necessidades e possibilidades do cliente.” Feito isso, determina-se o que será feito em hidráulica, elétrica, iluminação e marcenaria.
Também arquiteto, Gabriel Garbin diz que a alteração mais comum é retirar a parede que divide cozinha e sala ou cozinha e copa. “Depois, a gente posiciona o fogão na nova parede e transforma o espaço em uma ilha com banquetas, onde as pessoas podem sentar.
O valor da reforma varia conforme a quantidade de mudanças e o padrão dos equipamentos e eletrodomésticos. Segundo Nildo, o preço de um microondas pode ir de R$ 300 a R$3.000. “Acho que é o aparelho que dá o melhor exemplo de como a sofisticação esperada pelo morador pode encarecer uma cozinha do tipo.”
Luiza Loyola, da consultoria WGSN, aponta tendências: “equipamentos com tom pastel e design com aspecto vintage (rosa pálido, lilás, verde, azul e amarelo), além dos tons metálicos, como ouro rosé.” Eletrodomésticos de inox e espelhados também estão em alta.”
São esses últimos os escolhidos por Michelle. “Para o armário, queremos uma madeira mais trabalhada e com vidros opacos. Também estudamos a possibilidade de esconder o micro-ondas, por exemplo, já que a parede não é tão espaçosa. Sabemos que ficará tudo à mostra, por isso a preocupação.”