O Estado de S. Paulo

Casos se concentram na Grande SP e na Baixada Santista

Choque foi o que perdeu mais entre as tropas especializ­adas; PM faz palestras para orientar agentes sobre riscos

- / M.G.

Mapeamento feito pela Corregedor­ia da PM mostra que a cidade de São Paulo, que concentra cerca de 30 mil do 88 mil PMs do Estado, registra quase metade dos casos de policiais assassinad­os no Estado – 494 ou 43% do total – de 2001 a 2017. Outros 207 homens e mulheres foram mortos nos demais municípios da Grande São Paulo (18%).

No interior, é a Baixada Santista que lidera essa estatístic­a, com 83 policiais vítimas de homicídio, seguida pela região de Campinas (59 casos). Entre as tropas especializ­adas, o Comando de Policiamen­to de Choque (CPChoq) foi o mais atingido pela violência, perdendo 60 homens. O coronel Marcelino Fernandes da Silva, comandante da Corregedor­ia, lembra que Baixada, Campinas e Vale do Paraíba foram as regiões do Estado escolhidas para receber os primeiros Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baeps), tropas que atuam como uma espécie de Rota do interior do Estado.

“A Baixada tem uma geografia parecida com o Rio e problemas semelhante­s”, diz ele. A espiral de vinganças que vitimou policiais e bandidos encontrou ali, entre 2010 e 2012, um terreno fértil, mesclando a ação de um grupo de extermínio – Ninjas – e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Aposta. Para diminuir a violência contra os policiais, a Polícia Militar aposta em palestras sobre como seu homem deve se comportar no horário de folga e quais os cuidados deve tomar ao usar celular ou ao sair de casa, além de controles de seus procedimen­tos operaciona­is. “Revemos os procedimen­tos operaciona­is padrão toda vez que encontramo­s uma falha. Fazemos esse acompanham­ento diariament­e, pois nada é mais importante do que a vida de quem está trabalhand­o”, afirma o comandante­geral, coronel Nivaldo Restivo.

O comandante conta que a corporação ainda luta contra um velho inimigo dos policiais: o espírito de super-homem. “Essa cultura (do super-homem) era mais comum no passado. Hoje buscamos treinar nossos homens para privilegia­r o emprego da técnica. Ele tem de saber que o fato de ele estar de colete à prova de bala, por exemplo, não o faz invulneráv­el. Ele tem de saber que corre o mesmo risco que qualquer pessoa.”

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