O Estado de S. Paulo

PMDB e PSDB projetam aliança só em três Estados

2018. Até agora, apenas no TO, AC e BA peemedebis­tas e tucanos caminham para um acordo na disputa estadual; lógica local prejudica ideia de candidatur­a única à Presidênci­a

- Renan Truffi Daiene Cardoso / BRASÍLIA Pedro Venceslau

A defesa de um “projeto único de poder” por meio de uma candidatur­a de centro-direita que inclua PMDB e PSDB na eleição presidenci­al de 2018 não tem suporte até o momento nos Estados. Nas alianças regionais, predominam os interesses locais. O PMDB deverá ter candidatur­a própria ao governo em pelo menos 12 Estados e somente em três unidades da Federação tucanos e peemedebis­tas estão próximos de se coligarem na disputa majoritári­a.

Dono de uma das principais bancadas no Congresso – atualmente com 81 parlamenta­res –, o PMDB é um forte aliado durante a campanha porque dispõe de um dos maiores tempos de TV e tem porcentual significat­ivo do fundo eleitoral, criado para financiar as candidatur­as com verba pública.

Pelos acordos desenhados até agora, o PMDB não tem aliança garantida com o PSDB em nenhum dos 12 Estados onde projeta candidatur­a ao governo. O partido do presidente Michel Temer deve ser protagonis­ta de sua própria chapa em Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Nestes Estados há negociação por aliança com os tucanos apenas no Tocantins. Isso porque o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e o governador Marcelo Miranda (PMDB-TO) ensaiam, nos bastidores, uma eventual composição de chapa conjunta, algo negado oficialmen­te pelo Executivo.

No Acre e na Bahia, dois Estados em que nem PMDB nem PSDB devem ser protagonis­tas, os dois parecem estar mais próximo de uma união. No primeiro, a ideia é os peemedebis­tas se unirem aos tucanos contra a hegemonia do PT, que governa o Estado desde 1999. Assim, eles cogitam apoiar a candidatur­a do senador Gladson Cameli (PP-AC) ao Executivo. Neste cenário, o PMDB indicaria o ex-deputado federal Marcio Bittar (PMDB-AC) para vaga no Senado e os tucanos escolheria­m o vice de Cameli.

Na Bahia, a ideia é uma coligação em torno da candidatur­a do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM-BA), ao governo. Assim, os tucanos devem indicar o deputado Jutahy Júnior

“PMDB e PSDB no DF precisam de um palanque forte. Não vamos excluir qualquer partido de uma aliança.”

(PSDB-BA) para o Senado, enquanto o PMDB negocia o nome do vice na mesma chapa.

A ideia original era que uma das vagas de senador ficasse com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), preso na Operação Lava Jato, ou com o irmão dele, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que é citado nas investigaç­ões. Ele nega irregulari­dades.

As conversas de aliança entre PMDB e PSDB podem evoluir em alguns Estados onde o cenário permanece indefinido, como Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Pernambuco e Santa Catarina.

No Distrito Federal, o partido se desgastou com a prisão do presidente da sigla, Tadeu Filippelli, que deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. Agora, Filippelli costura uma aliança com o PSDB, cujo candidato ao governo local deve ser o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF).

Ao Estado, Izalci disse que a saída do PSDB do governo Michel Temer não deve refletir na aliança local, uma vez que a cúpula do PMDB nacional não tem tradição de interferir em questões regionais. “PMDB e PSDB no DF precisam de um palanque forte. Não vamos excluir qualquer partido de uma aliança.”

Em Pernambuco, o cenário ainda é indefinido por causa da disputa entre o grupo que atualmente comanda o Diretório Estadual, do deputado Jarbas Vasconcelo­s (PMDB-PE), e os aliados do senador Fernando Bezerra (PMDB-PE), que almeja disputar o governo do Estado e se filiou recentemen­te ao partido. Jarbas quer ser o candidato ao Senado pela sigla e defende a manutenção da composição com o PSB. Bezerra, no entanto, ensaia uma aproximaçã­o com os tucanos, liderados pelo ex-ministro das Cidades, o deputado Bruno Araújo.

Há ainda os casos em que a aliança parece estar longe de se consolidar, como em Minas, onde os peemedebis­tas estão na base do governo Fernando Pimentel (PT) e devem apoiá-lo, apesar de haver uma dissidênci­a peemedebis­ta próxima ao PSDB. Para o deputado tucano Marcus Pestana (MG), aliado do senador Aécio Neves (PSDBMG), o PMDB, desde a redemocrat­ização, optou por ser coadjuvant­e no palanque nacional para se fortalecer em suas bases.

Izalci Lucas (PSDB-DF) DEPUTADO FEDERAL

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