Câmara vota reforma este ano, diz Meirelles
Depois de reuniões na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no fim de semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que a votação, em dois turnos, da reforma da Previdência na Casa deve ser concluída este ano.
Em Salvador para participar de um evento da Federação do Comércio do Estado, Meirelles afirmou que o plano de Rodrigo Maia é colocar a reforma em votação até a primeira semana de dezembro. “No Senado, se for possível (votar este ano ainda) ótimo, melhor”, disse.
O presidente Michel Temer vai apresentar o texto da proposta enxuta de reforma da Previdência no almoço com governadores, marcado para amanhã. No encontro, o presidente vai pedir apoio dos governadores para aprovar a minirreforma em primeiro turno, no plenário da Câmara, na primeira semana de dezembro. O texto está sendo concluído pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
Meirelles disse que o relator deve incorporar ao projeto todas as discussões e que “certamente” serão mantidas na nova proposta a idade mínima para aposentadoria, o período de transição e a igualdade de regimes para setor público e privado. Trocas no governo.
Uma das estratégias do presidente Michel Temer para fortalecer Maia é entregar a aliados dele cargo-schave no governo. Um dos postos na mira é o do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje ocupado por Paulo Rabello de Castro.
O ministro disse que, como o banco não é vinculado à Fazenda, não está participando de discussões sobre o assunto. O ministro Dyogo Oliveira, do Planejamento, Pasta à qual o banco é vinculado, evitou o tema ontem, durante evento em Brasília. “Não tenho nenhum comentário a esse respeito. Não há nenhuma mudança definida no BNDES”, afirmou. Rabello de Castro foi lançado pré-candidato à presidência da República pelo PSC.
Citando o caso do ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo, que saiu do governo em meio à disputa interna do PSDB, Meirelles comentou o afastamento de ministros que decidiram deixar o cargo para se dedicar à campanha de 2018. Mas evitou responder sobre sua eventual candidatura à Presidência da República, mesmo tendo intensificado, nas últimas semanas, sua agenda de viagens pelo País.
Ele voltou a dizer que está focado no trabalho no Ministério da Fazenda e que, até abril, decidirá o que fazer.
Sobre eleições “Para o meu legado, é importante que eu esteja 100% concentrado em meu trabalho no Ministério da Fazenda.” Henrique Meirelles MINISTRO DA FAZENDA