O Estado de S. Paulo

Investimen­tos em infraestru­tura aérea no Ceará impulsiona­m turismo regional

INÍCIO DAS OPERAÇÕES DE NOVO HUB DE EMPRESAS DE AVIAÇÃO PROMETE ALAVANCAR A ECONOMIA DA REGIÃO

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OCeará acaba de ficar mais per to do resto do mundo. No final de setembro, o estado foi escolhido pelas companhias aéreas Air France, KLM e Gol como principal hub na região Nordeste , passando a receber voos vindos da Europa a partir de maio do ano que vem. O anúncio aconteceu alguns dias depois da oficializa­ção da concessão do Aeropor to Internacio­nal Pinto Martins, em Fortaleza, para o grupo alemão Fraport , que promete dobrar o número de passageiro­s que utilizam o aeroporto anualmente.

Juntas, as duas medidas devem reforçar a economia do estado, seja pelo cresciment­o do turismo, seja pela formação de um novo ecossistem­a de negócios trazido pela operação das três companhias aéreas. De acordo com a Secretaria de Turismo do Ceará, a iniciativa vai mudar a relação do estado com o mundo, já que estará conectado a mais de mil destinos internacio­nais, por meio da Air France e da KLM, e outros tantos nacionais, através da Gol. Impacto econômico A abertura do hub e a concessão do aeropor to devem trazer benefícios que vão além do turismo. Estudos comprovam a transforma­ção ocorrida com o início dos voos da TAP, ligando Fortaleza a Lisboa. Em 1998, quando foram iniciados, duas vezes por semana, havia 2 20 empresas com participaç­ão estrangeir­a no es- tado. Em 2003, esse número era de 720 e, em 2016, já com voos diários entre as duas cidades, esse total saltou para 4.7 72 . Foram as ligações aéreas que permitiram aos investidor­es – além dos turistas – chegarem ao Ceará. A expectativ­a é de que as ligações coma Holanda e a França impulsione­m ainda mais essas cifras.

E os benefícios não devem vir só daí. Um estudo encomendad­o pela Latam à Oxford Economics em 2015 apontava que a instalação de um hub no Nordeste teria um efeito multiplica­dor para economia de toda a região. A pesquisa apontava que cada dólar investido na iniciativa poderia gerar de US$ 5,2 a US$ 5,8 em novas atividades econômicas, criando valor não apenas na cidade escolhida, mas em outras da região.

Com isso, um hub poderia trazer um cresciment­o adicional de US$ 374 milhões a US$ 520 milhões por ano ao PIB da região. Isso representa­ria um acréscimo de R$ 7 bilhões aR $9 bilhões em um intervalo de cinco anos. Para o mesmo período, a análise apontava um potencial de geração e de empregos estimado entre 34 e 42 mil postos de trabalho.

A estes números deve-se somar a ampliação da competitiv­idade da região, que viria da aceleração do desenvolvi­mento econômico, da melhoria do acessoa mercados estrangeir­os porme iode exportaçõe­s e movimentaç­ões de mão de obra e, claro, da atração de investimen­tos ex ternos . As expectativ­as não são exageradas, afinal de contas, o novo hub deve movimentar pelo menos mais dez voos semanalmen­te. A KLM vai operar três voos semanais para Amsterdã; a Joon, nova companhia da Air France, terá dois voos semanais para Paris; e a Gol promete ampliar seus voos para Recife (PE), Salvador (BA), Belém (PA) e Manaus (AM), além de criar uma nova rota ligando Fortaleza e Natal (RN).

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