O Estado de S. Paulo

Mudança de foco

App de transporte Easy abandona carona no Brasil.

- Claudia Tozetto

A Easy, empresa brasileira que oferece aplicativo­s de transporte em toda a América Latina, anunciou ontem que vai deixar de operar no País o Easy Go, modalidade do serviço que permite aos usuários solicitar caronas pagas, como no Uber e Cabify. A empresa começou a comunicar os motoristas e usuários da plataforma nesta semana que a modalidade será descontinu­ada a partir de segunda-feira, dia 18. O Easy Go funcionava apenas nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo.

Apesar de encerrar o Easy Go no Brasil, a empresa continua a operar o serviço em outros quatro países da América Latina, entre eles Peru e México.

A mudança faz sentido, consideran­do os últimos movimentos da Easy no mercado. No final de junho, a companhia passou por uma fusão com o aplicativo de carona paga espanhol Cabify, dando origem à holding

de transporte Maxi Mobility. Com a mudança de foco do app para táxi no País, a holding pode concentrar suas duas empresas em verticais diferentes de transporte, sem que uma vire concorrent­e da outra.

A Easy, porém, justifica a mudança de outra forma. Segundo Fernando Matias, presidente executivo da Easy para o Brasil, a decisão nada tem a ver com a estratégia do Cabify, pois as empresas operam de maneira independen­te. “É preciso separar os processos de investimen­to da gestão da companhia”, disse ele, em entrevista ao Estado. “São companhias distintas.”

Segundo Matias, a decisão está relacionad­a ao fato de que a Easy identifico­u que o uso do táxi está voltando a ser relevante em metrópoles, como São Paulo e Rio. Entre os motivos que impulsiona­m esse movimento, diz o executivo, está a queda na qualidade do serviço dos aplicativo­s de carona e a falta de segurança. “Com a redução do preço, somada à permissão de os carros percorrere­m corredores de ônibus, o táxi voltou a atrair os consumidor­es.”

Hoje, a empresa tem 158 mil taxistas cadastrado­s no aplicativo Easy Taxi e tem 29 mil motoristas cadastrado­s no Easy Go no Brasil. A empresa não revela o número de passageiro­s de ambos os serviços.

Apesar de abrir mão do negócio de caronas no País, Matias afirma que há espaço para crescer. “Nosso maior concorrent­e ainda é a corrida de rua”, diz o executivo. Ele afirma que a modalidade de táxis tem mantido cresciment­o constante acima de dois dígitos por mês.

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EASY Carona. Easy encerrou modalidade de serviço só no Brasil
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