Futebol estuda expulsão temporária
International Board pode definir em março introdução de punição que deixaria jogador que cometesse determinada falta alguns minutos fora do jogo
O futebol pode mudar de forma importante nos próximos anos. A International Football Association Board, entidade que define as regras do futebol, anunciou ontem que vai avaliar diversas mudanças, entre elas a introdução de expulsões temporárias, quando o jogador que cometer determinado tipo de falta terá de aguardar fora de campo por alguns minutos ao receber o cartão, e uma nova forma de comunicação dos atletas com os árbitros.
A reunião que tratará do assunto ocorrerá no dia 3 de março, em Londres. Outra medida na agenda da Fifa será o papel do capitão. A proposta é de que apenas esses jogadores tenham autorização para falar com o árbitro, seguindo o mesmo padrão que já existe no rúgbi.
Segundo a International Board, a proposta da suspensão temporária do jogador será examinada depois de três anos de testes já realizados pela Uefa em divisões inferiores do futebol europeu. Determinados cartões amarelos resultam não apenas em uma advertência, mas também no afastamento de um jogador, deixando a equipe com um a menos por um certo período.
O Estado apurou que a suspensão seria decretada quando uma indisciplina não fosse suficientemente dura para merecer um cartão vermelho. Mas uma das ideias é a de simplesmente substituir todos os cartões amarelos pela suspensão temporária. As suspensões com cartões vermelhos continuam valendo. Para essas, o jogador não poderá mais voltar ao gramado.
Quando ainda era o presidente da Uefa, Michel Platini chegou a defender publicamente que o cartão amarelo fosse substituído por uma suspensão do jogador por 10 a 15 minutos. Sua avaliação era de que fazia mais sentido punir um jogador numa partida que o impedir de atuar no futuro, contra uma terceira equipe que não tinha qualquer relação com a história daquela partida em questão.
Se a nova regra for aprovada, ela vai primeiramente ser implementada em torneios de categorias de base e em níveis amadores. Mas a introdução entre os times profissionais poderia ocorrer antes de 2020, se os testes forem satisfatórios. Entre os defensores da ideia está Marco van Basten, ex-jogador e hoje um dos diretores da Fifa. Para apoiar a ideia, ele aponta para o impacto positivo que a suspensão teve em modalidades como o rúgbi e o hóquei.
Braçadeira. Outra forma de incrementar a disciplina em campo é a de exigir que apenas capitães possam falar com os árbitros. Segundo a agenda da International Board, a reunião de março dará “especial atenção ao papel dos capitães e como suas responsabilidades podem ser incrementadas para conseguir maior disciplina e melhor comunicação com os árbitros”.
Em vários campeonatos europeus, os árbitros passaram a ser instruídos a lidar preferencialmente com o “porta-voz” da equipe. Mas continuam sendo alvo de pressões de todos os atletas quando alguma marcação gera polêmica no jogo.
O encontro ainda vai exami- nar o uso do vídeo no futebol, algo que já vem sendo testado em 20 diferentes torneios pelo mundo. No Mundial de Clubes de 2016, porém, o sistema causou polêmica toda vez que foi necessário utilizá-lo, inclusive na final entre Real Madrid e Kashima Antlers.
Outro tema na agenda será a possibilidade que a Fifa dará às federações nacionais de ter certas flexibilidades em alguns aspectos da partida. Uma delas seria quanto ao número de alterações do time. A proposta é de que se introduza uma quarta substituição em todos os jogos com prorrogações.
Recusado A sugestão de Van Basten de acabar com o impedimento sofreu rejeição da Uefa e, por isso, não será discutida pela Internacional Board