CIA acusa Putin de autorizar ciberataques
Em entrevista, presidente Barack Obama promete retaliação dos EUA às ações de Moscou
Integrantes do governo dos EUA acusaram ontem o presidente russo, Vladimir Putin, de envolvimento pessoal na autorização de ciberataques durante a campanha eleitoral para se vingar da ex-candidata à presidência Hillary Clinton. A declaração foi dada por dois altos funcionários da inteligência americana, sob anonimato, à rede NBC.
Segundo eles, Putin deu instruções diretas sobre como filtrar e usar a informação hackeada de computadores da Convenção Nacional Democrata para atingir Hillary. A candidata foi derrotada pelo republicano Donald Trump.
A Casa Branca também sugeriu que Putin sabia e esteve envolvido na estratégia de ataques cibernéticos. “Em última instância, Putin é o responsável pelas ações do governo russo”, afirmou o assessor adjunto de Segurança Nacional do governo, Ben Rhodes.
Em entrevista à rádio pública NPR, o presidente Barack Obama prometeu retaliar. “Quando um outro país tenta influenciar a integridade de nossas eleições, precisamos tomar uma atitude. E tomaremos, quando e como acharmos melhor”, disse Demora o presidente.
No fim de semana, o jornal Washington Post revelou que a CIA atribuía à Rússia a invasão de e-mails de indivíduos e insti- tuições americanas com o objetivo de influenciar a eleição em favor de Trump. Segundo a NBC, Putin jamais perdoou Hillary por questionar, quando era secretária de Estado, a integridade das eleições parlamentares de 2011 na Rússia.
Reação. Trump considera “ridícula” a acusação de que a Rússia está por trás dos ciberataques. Ontem, pelo Twitter, ele voltou a expressar dúvidas a respeito do papel da Rússia nos ataques a partidos políticos – os republicanos também foram alvo – e indivíduos americanos. Ele também questionou a Casa Branca por não ter agido antes e somente responder aos supostos ataques depois que Hillary perdeu a eleição.
Ainda em outubro, Washington acusou a Rússia formal- mente por ciberataques contra organizações políticas dos EUA. O presidente Barack Obama disse ter alertado Putin sobre as consequências. O Kremlin negou a acusação dos funcionários de inteligência e o porta-voz de Putin, Dimitri Peskov, qualificou as informações de “absurdo cômico”
Em uma decisão que aumentou a controvérsia sobre seu gabinete, Trump escolheu para chefiar a diplomacia Rex Tillerson, CEO da ExxonMobil próximo a Putin, o que contrariou parte da base republicana.