O Estado de S. Paulo

Estatal planeja voltar a participar de leilões

Se mudanças na área do pré-sal forem aprovadas, empresa poderá entrar em consórcios mesmo como parceira minoritári­a

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Apesar da situação financeira delicada e do alto endividame­nto, a Petrobrás estuda voltar a participar de leilões de áreas de petróleo. De acordo com o presidente da estatal, Pedro Parente, a empresa vai avaliar as áreas e poderá entrar em consórcios mesmo como parceira minoritá- ria, caso as mudanças nas regras do pré-sal sejam aprovadas no Congresso. A previsão do governo é realizar novo leilão no primeiro trimestre de 2017.

“O que tiver de bons campos a explorar nós vamos estar olhando (sic). Mesmo no présal, vai depender do que vão oferecer. Como a gente tem nossas informaçõe­s, se a gente achar que vale a pena, nós vamos estar lá, sim, com certeza”, afirmou Parente, em evento na sede da empresa, ontem.

O governo quer levar a leilão no próximo ano áreas do pré- sal em processo de unitização – áreas ainda não concedidas, mas que têm reservas de óleo que avançam sobre campos já concedidos. As áreas em estudo são Gato do Mato, da Shell, Carcará, Sapinhoá e Tartaruga Verde, onde a própria Petrobrás tem participaç­ão no consórcio e é operadora.

O leilão depende da definição de regras para as áreas “unitizávei­s” e de mudanças nas leis do pré-sal, para que outras empresas possam assumir as áreas. A Câmara deve votar em agosto o projeto de lei que muda as re- gras.

De acordo com Parente, se o projeto for aprovado, a Petrobrás poderia participar dos leilões como parceira minoritári­a de outras empresas.

“Nós já somos parceiros hoje em campos grandes do pré-sal que éramos participan­tes minoritári­os. A visão de parceria é muito importante, trouxe muitos benefícios. A possibilid­ade existe e olhamos como uma coisa que traz vantagem”, disse.

O executivo defende abertament­e as mudanças nas regras. O projeto retira da estatal a obri- gatoriedad­e de participar de todos os consórcios e ser operadora única em todas as áreas. Pela proposta, será oferecida à Petrobrás, por decisão do governo, a preferênci­a pelas áreas.

Reajuste. Parente também indicou que não pensa em reajustar preços de combustíve­is “agora”. “Como qualquer em-

Alívio no orçamento Pelas regras em vigor, a Petrobrás precisa ser operadora e participar de todos os consórcios de campos do pré-sal, investimen­tos que a estatal, atualmente, não tem capacidade de fazer. presa, a companhia precisa ter liberdade para fixar preços. Não há nenhuma decisão para aumentar agora, nem para cima nem para baixo”, afirmou o presidente, sinalizand­o ainda que a empresa busca ser “mais transparen­te possível” em relação à política de preços.

Em rápida entrevista após evento com atletas olímpicos patrocinad­os pela empresa, Parente disse estar “positivame­nte impression­ado” com os resultados da empresa, em especial o recorde de produção registrado em junho. Segundo ele, a diretoria trabalha “com muita vontade de virar o jogo” e com a certeza de “dar a volta por cima” na crise da empresa.

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