O Estado de S. Paulo

Hollande prolonga emergência e convoca reservista­s

Estado de exceção, decretado em novembro, durará mais 3 meses e 10 mil militares continuarã­o a reforçar segurança

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Menos de 15 horas após anunciar sua decisão de encerrar o estado de emergência, o presidente da França, François Hollande, anunciou na madrugada de hoje que prolongará por mais três meses o regime de ex- ceção no qual o país vive desde 13 de novembro. A medida amplia os poderes da polícia, do Ministério Público e da Justiça para apurar crimes e suspeitas de terrorismo. A decisão foi informada em um pronunciam­ento no qual o chefe de Estado confirmou que o ataque de Nice se trata de um “ato terrorista”. Para enfrentar a ameaça de novos atentados, 10 mil militares continuarã­o a reforçar o policiamen­to, e reservista­s serão convocados para aliviar a carga de trabalho de agentes e militares em todo o país.

Os anúncios foram feitos em uma declaração solene no Palácio do Eliseu. Hollande usou pela primeira vez a palavra “terrorismo” para designar o atentado de Nice. “Esse ataque, cujo caráter terrorista não pode ser negado, é mais uma vez de uma violência absoluta. Temos de fazer de tudo para lutar contra o flagelo do terrorismo”, afirmou o presidente, confirmand­o a morte de dezenas de pessoas, incluindo “várias crianças”.

“A França foi atingida no dia de sua festa nacional, o 14 de Julho, símbolo da liberdade. Os di- reitos humanos são negados pelos fanáticos”, disse, reconhecen­do que a ameaça persiste. “Depois de Paris em janeiro de 2015, e em novembro, juntamente com Saint-Denis, Nice é agora atingida. Toda a França está sob a ameaça do terrorismo islamista.”

Para enfrentar essa realidade, Hollande pediu “vigilância absoluta” de parte da população para evitar novos ataques. Segundo ele, o país já reformou seu arsenal legal para enfrentar a ameaça terrorista, mas algumas medidas precisam ser to- madas. O presidente citou a manutenção do efetivo militar de 10 mil homens que integram a operação Sentinela, que garante a participaç­ão das Forças Armadas no reforço da segurança.

Já no plano da política externa, Hollande afirmou sua disposição de reforçar os ataques ao Estado Islâmico, com a missão de reforçar os bombardeio­s a posições do grupo. “Nada nos fará ceder em nossa vontade de lutar contra o terrorismo”, afirmou, referindo-se especifica­mente à Síria e ao Iraque.

“A França está horrorizad­a pelo que acaba de acontecer. Mas a França será sempre mais forte do que os terrorista­s que querem atingi-la”, disse.

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AP Hollande. ‘A França é mais forte que os terrorista­s’
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