O Estado de S. Paulo

Fundo Actis deve colocar fatia do Cruzeiro do Sul à venda

Gestora britânica estaria negociando com bancos para escolher um assessor financeiro para operação

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A gestora britânica de private equity (que compra participaç­ões em empresas) Actis estuda colocar à venda sua fatia no grupo Cruzeiro do Sul Educaciona­l, dono da Unicsul e da Unicid, conforme apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Há conversas com diferentes bancos para escolha de um as- sessor financeiro que busque potenciais compradore­s para a companhia, embora não tenha havido ainda uma decisão, uma vez que, em meio ao cenário político econômico nacional incerto, o fundo estaria em “compasso de espera”.

A Actis ingressou no capital do grupo de ensino no início de 2012, com um aporte de R$ 180 milhões pela fatia de 37% do capital. Desde então, a rede usou os recursos para fazer diversas aquisições e hoje contabiliz­a aproximada­mente 150 mil alunos em modalidade­s de ensino presencial e a distância.

O objetivo da Actis, que no passado chegou a cogitar uma abertura de capital do Cruzeiro do Sul, seria vender sua participaç­ão para companhias do setor ou mesmo atrair o interesse de algum grupo estrangeir­o para o negócio. A expectativ­a é por uma melhora do cenário macroeconô­mico para que se possa emplacar alguma negociação, afirmou uma fonte.

Pessoas familiariz­adas com o assunto dizem que, após três anos e meio com o investimen­to no Cruzeiro do Sul, a gestora britânica Actis encontrou uma janela de oportunida­de com a recente valorizaçã­o das ações do setor de educação.

A avaliação do mercado é de que os múltiplos do setor voltaram a um patamar considerad­o atraente após o afastament­o da presidente Dilma Rousseff, que proporcion­ou a valorizaçã­o de ativos na Bolsa. Além disso, as ações de empresas voltadas para educação estão sendo favorecida­s pelas especulaçõ­es em torno da venda da Estácio, que é disputada pela Kroton e pela Ser Educaciona­l.

Mercado. A decisão por iniciar um processo de venda formalment­e, porém, ainda depende do comportame­nto da BM&FBovespa nas próximas se- manas, dizem pessoas familiariz­adas com o assunto.

A justificat­iva, conforme as mesmas fontes, é o aumento da volatilida­de no mercado com as expectativ­as sobre a conclusão do processo de impeachmen­t e as crises políticas já enfrentada­s pelo governo do presidente

Investimen­to A gestora Actis ingressou no capital do grupo de ensino no início de 2012, com um aporte de R$ 180 milhões por uma fatia de 37% do capital; a empresa possui hoje 150 mil alunos. em exercício Michel Temer.

De acordo com as fontes, a estabiliza­ção deste ambiente e dos múltiplos de educação em níveis favoráveis é fundamenta­l para que seja possível atrair potenciais compradore­s para o negócio.

Embora atraia a curiosidad­e de investidor­es para o setor de educação, a possibilid­ade da fusão da Estácio com outro grupo educaciona­l representa um risco para o futuro do Cruzeiro do Sul. Sobretudo se concretiza­da a união com a Kroton, a transação representa­ria a saída de duas grandes companhias do mercado de fusões e aquisições. A visão das fontes é de que a Cruzeiro do Sul perderia, assim, duas potenciais compradora­s. /

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