O Estado de S. Paulo

Em disputa por Estácio, acionistas em comum podem ajudar Kroton

Sócios se repetem nas duas companhias: mesmos investidor­es têm 46% da Estácio e 32% da Kroton

- Cátia Luz Dayanne Sousa

Acionistas que investem tanto na Kroton quanto na Estácio serão decisivos no futuro da disputa pela empresa carioca. Para fontes próximas, a proposta da Kroton tem recebido a preferênci­a ante a feita pela Ser Educaciona­l. A possibilid­ade de replicação na Estácio do modelo de enxugament­o de custos que tornou a Kroton famosa no setor de ensino superior privado é o que está por trás das negociaçõe­s.

Tanto Kroton quanto Estácio são companhias sem controlado­r. Um levantamen­to feito por um banco aponta que as duas empresas têm dez acionistas comuns, entre fundos es- trangeiros e bancos de investimen­to. Esses dez acionistas possuem 46% da Estácio e, ao mesmo tempo, 32% da Kroton. Entre eles, estão Oppenheime­r, Coronation e Capital World Investors.

A crença em ganhos rápidos de sinergias entre as empresas pode pesar favoravelm­ente para a Kroton na disputa com a Ser Educaciona­l pela incorporaç­ão da Estácio. As contas que estão sendo feitas hoje por analistas apontam que a proposta da Kroton tem um potencial de gerar ganhos rápidos para esse grupo de acionistas por meio de cortes de custos que elevariam tanto as margens quanto os múltiplos da Estácio – cálculos usados no mercado para precificar as ações, como o valor dos papéis sobre o patrimônio líquido ou o Ebitda.

Ainda assim, fontes dizem que a Kroton deve ter de elevar o prêmio oferecido pela Estácio, possibilid­ade que já está na mesa de negociaçõe­s.

Uma fonte comenta que hoje a operação da Estácio é considerad­a menos eficiente. A expectativ­a é que, se a Kroton for bem sucedida, integre de imediato a área administra­tiva das empresas, o que geraria redução direta de despesas logo que concluída uma fusão.

Outro ponto lembrado pelas fontes diz respeito aos custos com professore­s. Um fator chave nas grandes companhias privadas de ensino é a capacidade de manter um alto número de alunos por sala de aula, de forma a impedir que a formação de muitas turmas com poucos estudantes se torne onerosa. Para isso, a Kroton tem um modelo acadêmico que consegue combinar turmas numa mesma sala de aula e, do ponto de vista do investidor, esse modelo é mais eficaz que o da Estácio.

Para tentar contestar esse argumento, a Ser Educaciona­l rebate dizendo que os acionistas não deveriam almejar cortes de custo e ganhos de curto prazo, Cortes de custos

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TASSO MARCELO/ESTADÃO-3/5/2007 Interesse. Estácio é disputada pelas rivais Kroton e Ser

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