O Estado de S. Paulo

Esteves pede arquivamen­to de caso relacionad­o à BR

- Isadora Peron Gustavo Aguiar

A defesa de André Esteves, do BTG Pactual, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamen­to do pedido de investigaç­ão sobre o suposto envolvimen­to do banqueiro num esquema envolvendo o embandeira­mento de postos da BR Distribuid­ora. Se a Corte não decidir pelo arquivamen­to, os advogados de Esteves pedem que o caso permaneça no Supremo e não seja remetido ao juiz Sérgio Moro, responsáve­l pela Operação Lava Jato na primeira instância.

Em documento enviado ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicita ainda a remessa de uma cópia da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) para a 13.ª Vara Federal de Curitiba a fim de que seja apurado se há relação de Esteves com o esquema.

Com base no depoimento do ex-senador, Janot sustenta que “houve pagamento de propina na negociação envolvendo o embandeira­mento de postos BR em São Paulo no qual o Banco BTG era sócio do empresário Carlos Santiago”.

Um dos argumentos dos advogados é que o esquema de embandeira­mento dos postos já foi analisado de maneira “extensa” na denúncia relativa ao caso contra o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) “sem que houvesse nem mesmo referência ao nome de André Esteves”.

O suposto envolvimen­to de integrante­s do BTG no esquema já havia sido citado nos acordos de delação firmados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

Esteves foi preso pela Polícia Federal em 25 de novembro, no mesmo dia que Delcídio, sob suspeita de ter participad­o da negociação para comprar o silêncio de Cerveró. Ele deixou a cadeia em 18 de dezembro. O caso é a base de uma denúncia da Procurador­ia-Geral da República contra Esteves no STF, na qual são também acusados Delcídio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pecuarista José Carlos Bumlai.

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