O Estado de S. Paulo

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outro da formação original, Dalmo Medeiros, substituin­do Ruy Faria (que deixou o grupo em 2004), e Paulo Malaguti Pauleira, que entrou no lugar de Magro Waghabi, morto em 2012 vítima de câncer, aos 68 anos.

O repertório do show dá atenção especial ao disco de inéditas, mas segue, claro, uma linha retrospect­iva, contemplan­do os clássicos na voz do quarteto. A abertura da apresentaç­ão será com Roda Viva, canção que o MPB4 cantou com Chico Buarque no histórico Festival de Música Brasileira de 1967. Dalmo conta que eles reproduzir­ão no palco aquele momento, com os quatro cantando em torno de um microfone, tal e qual ocorreu no festival da Record, “como se fosse a representa­ção daquela imagem que as pessoas têm do início do MPB4”, diz ele. Há ainda Oração ao Tempo, Almanaque, Cicatrizes, Cálice, Partido Alto, entre outros muitos sucessos deles. O show desta sexta-feira, 13, terá a participaç­ão de Kleiton & Kledir. “A música Vira Virou ( de autoria de Kleiton) é um marco na carreira do grupo. Ali, o MPB4 mudou aquela caracte- rística de grupo fundamenta­lmente político para ser um grupo mais musical também. É um divisor de águas”, afirma Dalmo.

Assim como o novo disco, o show é um tributo a Magro. Dalmo lembra dos últimos momentos do amigo. Das dores que sentia que, muitas vezes, o impediam de subir ao palco. Mas também da força que o movia a acompanhar o grupo nos shows, nas viagens. E, segundo eles contam, foi atendendo a um pedido de Magro que o MPB4 seguiu carreira mesmo após sua partida. “Eu e o Miltinho não sabíamos o que íamos fazer. A gente tinha a possibili- dade de não seguir. É muito difícil manter um grupo que acabou de perder o diretor musical, a marca do MPB4 são os arranjos do Magro. Ele também, como a gente, tinha esse sonho de gravar um disco de inéditas e ele não conseguiu ver isso. Por isso, a gente dedica esse trabalho a ele.”

A escolha das canções de Sonho, a Vida, a Roda Viva! merece um capítulo à parte. Quando o grupo decidiu investir no projeto de inéditas, passou a entrar em contato com os amigos compositor­es. E o chamado deles foi atendido. Enviaram músicas a eles nomes como Carlos Rennó, Roberto Menescal, Ivan Lins, João Donato, João Bosco, Toquinho, entre tantos outros, somando cerca de 200 composiçõe­s.

O processo de seleção foi árduo. “O MPB4 tem uma preocupaçã­o grande com o que vai dizer. Desde o começo, aquelas que não falavam aos nossos corações e às nossas mentes, já rejeitávam­os”, explica Dalmo. “O que nos norteou foi qualidade de letra, beleza harmônica e brasilidad­e.” Fecharam em 13 can-

Oções, como Brasileia, de Guinga e Thiago Amud, Ateu É Tu, de Rafael Altério e Celso Viáfora, Filigrana, de Vitor Ramil, e Milagres, de Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro. Os compositor­es do grupo, Miltinho, Malaguti e Dalmo, também entraram no álbum com suas composiçõe­s. Muitas das canções já nasceram com a vocação de integrar o universo do MPB4, enquanto outras se adequaram a ele.

Paralelame­nte aos novos disco e show, o grupo se apresenta ao lado de Toquinho e Ivan Lins, com o espetáculo 50 Anos de Música, que tem garantido casas cheias. “Estamos superempol­gados com esse momento que estamos vivendo agora, depois de alguns anos de uma grande dificuldad­e pela perda do Magro”, diz Aquiles. “Estamos nos sentindo vivos e isso dá um entusiasmo muito grande.”

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